Hoje foi publicado no site do New York Times o primeiro artigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que trata das manifestações ocorridas no Brasil. “Enquanto a sociedade entrou na era digital a política permanece analógica”, afirma Lula, além de defender também que os protestos não foram causados por uma “rejeição à política” e sim pelo oposto: “eles refletem o desejo de ampliar o alcance da democracia, para encorajar o povo a ser mais envolvido”.
Em seu artigo, além de defender a reforma política – agenda do seu partido – o ex-presidente ainda afirma que é preciso uma renovação no modo de fazer política: “Mesmo o Partido dos Trabalhadores, que ajudei a fundar e que tem contribuído muito para modernizar e democratizar a política no Brasil, precisa de uma profunda renovação. É preciso recuperar suas ligações diárias com os movimentos sociais, oferecer novas soluções para novos problemas, e fazer as duas coisas sem tratar os jovens de forma paternalista”.
Leia o artigo na íntegra no New York Times, ou se preferir leia tradução feita pelo Conversa Afiada.
A mídia vem cobrando Lula um posicionamento sobre as reivindicações. Em sua coluna, Eliane Catanhêde chegou a perguntar “Cadê o Lula?“, reforçando o coro da direita nas redes. O ex-presidente falou pela primeira vez em público sobre os protestos que se espalharam pelo Brasil e surpreenderam o mundo, durante o encontro Rumo ao Renascimento Africano: Novas Abordagens Unificadas para Erradicar a Fome na África até 2025, que aconteceu no final do mês de junho, em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Dois dias depois, em entrevista exclusiva à Brasileiros, ainda em Adis Abeba, Lula afirmou que o povo tem razão em reclamar. “As pessoas podem querer mais ou querer menos, podem até querer exageros, mas isso é positivo. É bom para que se faça nova consertação no País”, disse o ex-presidente.
Leia a coluna de Ricardo Kotscho, no R7, Lula rompe silêncio e diz que será só cabo eleitoral.
Lula também defendeu que a presidenta Dilma Rousseff tem dialogado e vem sendo solidária com aqueles que se manifestam pacificamente. Sobre a queda do índice de popularidade de Dilma, ele afirma: “Não é a presidenta. O terremoto que aconteceu no País pegou tudo. Pegou desde a imprensa, que estava perplexa e depois virou apoiadora do movimento, até o Congresso Nacional. Pegou todo mundo, os políticos, os prefeitos, como se fosse um vulcão em erupção. Quem estava ali na frente foi se queimando”.
Leia a entrevista completa na edição número 72 da Revista Brasileiros que já está nas bancas.
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