Meus caros, fiquei azedo depois de ler as declarações de nosso presidente, comparando os presos políticos de Cuba a criminosos comuns, desdenhando a morte de um deles que fez greve de fome. Talvez Nosso Líder não conheça a figura histórica de Gandhi, um dissidente político que ensinou a não violência e a luta guiada pela força moral, fez várias greves de fome, e conduziu a Índia a independência. Lula deveria ler alguma coisa sobre Gandhi, mas prefere a linha do não estou nem aí, que, aliás, já demonstrou ao receber o presidente do Irã, país que simplesmente prende e mata seus dissidentes, assim como prende e mata os homossexuais, e Nosso Líder não se incomoda nem um pouco com isso.
Enquanto isso, a assessoria do BBB Marcelo Dourado, aquele que diz que homem não pega Aids de mulher, e proíbe que se fale sobre a vida gay em sua presença, ameaça processar quem fale mal dele fora do programa, inclui-se aí o jornalista Jean Wyllys, que escreveu um belo texto contra a vigorosa exposição dele pela mídia. Intimidação truculenta, mas não temos nenhuma legislação contra a discriminação de homossexuais, Dourado fala o que quiser. Assim como não se pode discriminar os negros – a lei graças a Deus os defende – ou os judeus, não se pode ofender homossexuais. Tramita pelo Congresso há 4 anos o PL 122/06, projeto de lei que auxilia no combate à homofobia, nos moldes da Lei Shepard-Byrd americana, mas o líder do governo no Senado já disse que questões polêmicas como os direitos dos gays não serão tratadas neste ano eleitoral. E vocês se lembram do general que se manifestou contra a entrada de gays no exército? Foi confirmado para o Superior Tribunal Militar. A única notícia positiva de ontem foi a eleição de Cesar Peluso como presidente do Supremo Tribunal Federal – é um excelente juiz. Enquanto o mundo discute o casamento de homossexuais, e até Collin Powel defende os gays no exército, o Brasil expõe Marcelo Dourado, sem pudor algum. Precisamos de gente como Peluso!
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