Meus caros, temos filme novo nos cinemas, O Vencedor, candidatíssimo ao Oscar, com sete indicações, incluindo melhor filme, e melhores ator e atriz coadjuvantes. No papel principal, vivendo um lutador de boxe em um momento difícil de sua carreira, cercado por mãe e irmão que literalmente lhe tiram o sangue, está Mark Wahlberg, que eu sempre achei fofo, mas que tem um histórico de vida para lá de tenebroso. Viciou-se em cocaína e outras substâncias ilícitas aos 13 anos de idade, vivia às turras com a polícia de Boston, foi condenado a dois anos de prisão por agredir gratuitamente dois vietnamitas, lesando permanentemente a visão de um deles, mas acabou cumprindo apenas 45 dias de prisão, coisas do sistema legal americano. Em sua juventude, acumulou delitos e declarações politicamente incorretas suficientes para destruir qualquer carreira, mas sobreviveu a todas elas, e gastou fortunas com advogados e assessores de imprensa para cobrir seu passado. O sangue de bad boy acabou por levá-lo a uma carreira de rapper, com relativo sucesso, chegou a ganhar um Disco de Ouro, mas foi então que seu corpinho sarado o levou a ser garoto propaganda da Calvin Klein, com fotos antológicas de Annie Leibovitz. Em uma delas, só de cuecas, segura “as armas” com uma das mãos, marcou época. Daí para o cinema foi um pulo. Fez diversos filmes, nenhum grande marco do cinema, embora eu adore Boogie Nights, onde ele faz um ator pornô, famoso por ter um pênis enorme. Para mim, seu melhor momento foi a primeira cena do filme Rock Star, na qual, sem camisa e assustado, prepara-se para botar um piercing no mamilo, segurando-se na cadeira, puro fetiche gay, digno de São Sebastião. Christian Bale vive seu irmão, concorre ao Oscar pelo papel, e dizem que está arrasando. Melissa Leo, como a mãe, também. O filme entra em cartaz hoje. Correrei para ver.
Não posso deixar de lembrar de Marlon Brando, em Sindicato de Ladrões, onde ele vive um lutador fantástico, mas que é manipulado pelo irmão bandido, que o obriga a perder lutas para ganhar dinheiro com isso. Brando ganhou seu primeiro Oscar com esse filme, certamente pela cena em que, no banco de trás de um carro, diz ao irmão safado, vivido por Rod Steiger, que ele poderia ter sido um lutador, poderia ter sido alguém, não fosse a safadeza do irmão. Brando está fantástico na cena, e dizem que Steiger chorava tanto ao gravar a cena que tiveram de interromper a gravação várias vezes – coisas de Brando. Wahlberg jamais chegará aos pés de Brando, mas O Vencedor recebeu boas críticas, e vale a pena, principalmente para quem tem fetiche por homens vestidos só de calção de boxe. Abraços do Cavalcanti.
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