Caríssimos, a semana começa com notícias boas aqui e lá (detesto ‘acolá’). Somadas, formam a onda irreversível que nos levará a dias bem melhores. “Lourenço acordou otimista?”. Acordei não, fui dormir otimista, sempre sou otimista, encaro as dificuldades enormes que enfrentamos como momentos a serem superados, e somo à nossa batalha as vitórias colhidas no mundo inteiro. Semana passada duas lésbicas argentinas que viviam juntas há mais de 30 anos se casaram em Buenos Aires. Deve haver o contra ataque conservador suspendendo (não anulando!) a validade da união, jogando a questão para a Suprema Corte, mas deverá ser confirmada, já se estabeleceu essa como a tendência na jurisprudência mundial.
Exatamente nesse sentido, uma vitória maravilhosa foi obtida no Conselho Europeu, que reúne as 47 nações integrantes da União Europeia, e que aprovou a mais extensa e importante decisão contra discriminação e homofobia da História! Embora suas decisões sejam chamadas de recomendações, não têm caráter vinculativo direto, elas fixam padrões e princípios que viram regra dentro da Comunidade Europeia. Os países que não seguirem ficam defasados e desmoralizados em seus próprios pleitos junto à comunidade. Assim que saiu a notícia, toda a imprensa europeia caiu batendo em Rússia e Polônia, altamente homofóbicos, que terão de responder por suas condutas junto às cortes europeias – e vão perder se não acatarem essa nova orientação. Querem que eu resuma a ópera? Na Europa, homofobia e discriminação por conta da orientação sexual não são mais admitidas por força de lei. O exemplo europeu bate feio no governo federal brasileiro, que não fez um único movimento sério e eficaz em favor de nossa comunidade nos últimos 7 anos e pouco de mandato, e torna-se um subsídio valioso dentro de nossos tribunais superiores, que já produzem jurisprudência sólida e clara em favor da igualdade de direitos para homossexuais. Só para fechar com chave de ouro: a legislação que aprova o casamento de homossexuais em Portugal deve receber a sanção presidencial essa semana, tornando-se lei, finalmente, como já o é na vizinha Espanha. Acorda Brasil!
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