Magia do folclore espanhol encanta a Bahia

Uma das principais atrações da 10ª edição do Mercado Cultural é o grupo espanhol Coetus, uma orquestra de percussão que apresenta ritmos de diferentes regiões da Espanha. Depois de arrebatar o público da distante Ibirataia, o grupo animou a noite desta segunda-feira (29), em Vitória da Conquista – outra parada da caravana que percorre o interior da Bahia. [nggallery id=14109] Adultos e crianças se aglomeravam na entrada do pequeno teatro do Centro de Cultura Camilo de Jesus, mesmo sem saber ao certo o que veriam. “Recebi o folhetinho e resolvi conferir”, diz a adolescente e estudante, Elaine dos Santos, de 15 anos. Mais jovem, Maria Clara, 7, também estava ansiosa para ver o show, mas conta, enquanto saltitava, que preferia estar entre os artistas.No palco, o grupo, formado por 17 integrantes com seus cerca de 50 instrumentos da música folclórica espanhola, como o pandeiro quadrado, castanholas e tambores, arrancou aplausos emocionados da plateia que lotou o espaço. Difícil foi se segurar na cadeira depois do espetáculo começar.Muitos não conseguiram. Logo na segunda música, El labradorita, uma jovem se levantou e começou a dançar embalada pelo charro, ritmo de Zamora, noroeste da Espanha. Assim, dezenas de pessoas formaram um bloco dançante logo abaixo do palco.Outro momento alto foi em La solterita, na interpretação envolvente da jovem cantora espanhola, a bela Silvia Perez – um dos nomes mais badalados da cena atual de Barcelona.Emocionado, o público de Vitória da Conquista aplaudiu em pé insistentemente durante alguns minutos. A intenção era essa mesmo, afirma Perez. “Canto para tocar sentimentos mais profundos e verdadeiros das pessoas”, completa.Bem antes do final do show, já estava evidente que a magia do folclore espanhol trazido pela orquestra de percussão havia fisgado a cidade.Para retribuir a recepção calorosa, o grupo, que toca no Brasil pela primeira vez, emendou um maracatu em Verde gaio, canção tradicional da região da Galícia e Portugal.Quem quiser conferir o som do grupo espanhol, pode ouvir em www.myspace.com/coetusiberica.Pouco depois do espetáculo, hora de voltar à estrada – e a reportagem do site da Brasileiros segue junto. O grupo Coetus tem ainda duas apresentações em Salvador, depois encerra o Mercado Cultural em São Paulo, em uma única e imperdível apresentação no Centro de Cultura Judaica, no dia 8 de dezembro, às 20h.De Vitória da Conquista para Salvador, temos mais de 500 km pela frente pela BR-116, por onde seguimos até Feira de Santana. De lá, pegamos a BR-324, por onde seguimos até o final. Em outras palavras, cerca de 12 longas horas dentro de um ônibus sentado ou meio deitado nas mais versáteis posições possíveis.A sorte é que na maior parte do percurso, além da paisagem das estradas do interior da Bahia, a viagem teve uma belíssima trilha, composta pelo som dos mais variados instrumentos e do doce cantarolar de Silvia Perez, com seu magnífico cancioneiro tradicional.Pergunto a Eliseu Parra sobre o significado do nome Coetus. “Vem do latim e significa união“, responde o cantor – uma das figuras mais importantes da música folclórica ibérica. O grupo faz justiça ao nome. No palco, no hotel, ou no ônibus, parece uma família hippie, animada e feliz, sempre cantando e tocando.Saímos bem cedo de Vitória, mas, por um vacilo do motorista, que errou o caminho, já é quase noite e a estrada está bem longe de terminar. Mas não tem problema, a família Coetus continua a cantar enquanto lá fora o interior baiano lentamente se despede.

“Acho que é cultura!”


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