Mais de 14 mil cartas de apoio a Ezra Nawi pesaram na decisão da juíza que sentenciaria o ativista em direitos humanos nesta quarta-feira (1º de Julho), em Israel. A decisão foi adiada para 16 de agosto. A notícia foi festejada por cerca de 80 ativistas, barrados na porta do tribunal em Jerusalém, e por milhares de apoiadores que seguiam os informes de Cecilie Surasky, do Jewish Voice for Peace, no Twitter. O advogado de Ezra, Leah Tzemel, disse que a repercussão internacional do caso foi definitiva para a decisão da corte israelense. Fazem parte do comitê internacional de apoio a Ezra Noam Chomsky, Naomi Klein e David Norris. E agora o objetivo é triplicar as cartas até o dia 16 de agosto. [nggallery id=14635] LEIA TAMBÉM:
Ezra Nawi, capítulo 2
Um homem de consciência de IsraelAos 57 anos, após muitos anos de militância junto aos palestinos, Ezra enfrenta um processo acusado de ter atacado um policial israelense dois anos atrás, no confronto durante a demolição de barracos palestinos na área de disputa do sul de Hebron. Ezra nega e seus apoiadores argumentam que ela é um conhecido pacifista que não teria levantado suas mãos contra ninguém.A história de Ezra Nawi é singular. Nascido em Israel de uma família judia iraquiana, ele cresceu com a avó falando em árabe. Para todos os que não entendem sua militância, responde que não tem a ver com ideologia, “tem a ver com decência”. Ezra atribui sua consciência política a dois fatores: influência do líder do Partido Comunista Israelense, Reuven Kaminer, do qual sua família foi vizinha quando ele era adolescente; e ao fato de ser gay. “Ser gay me fez entender o que é ser uma minoria desprezada”, define.Nas colinas do sul de Hebron, a ocupação israelense tem quase 42 anos e os problemas dos palestinos são ainda mais graves. Muitos são beduínos extremamente pobres, vivem sem eletricidade, água encanada e as terras que possuem, compradas décadas atrás, estão em permanente risco por um grupo de agressivos colonos israelenses. O conflito é constante e sangrento. Há agressões e mortes dos dois lados. Ezra sustenta que a lei está sempre do lado dos colonos. Com essa tática de horror, os colonos têm mantido os palestinos longe das suas terras. Após alguns anos, com as terras não sendo usadas para agricultura, a lei diz que a gleba não pertence mais a eles.Essa versão da história é rebatida pelos colonos, que chamam Ezra de criador de confusão. Ezra conta que é molestado de várias formas: os colonos israelenses gritam expressões homofóbicas; sua firma de encanamento tem sido auditada; ele tem certeza de que seus telefones são grampeados; e sempre vê jipes do exército por onde anda. Mas Ezra Nawi não vai parar com seu ativismo. Vai continuar porque quer mudar a realidade. Os únicos israelenses que aqueles palestinos conhecem são os colonos e os soldados. Através dele, os palestinos conhecem um israelense diferente.Leia mais (e mande sua carta) em www.supportezra.net.
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