17 de dezembro de 2002. Há dez anos, o Palmeiras sucumbia ao Vitória e amargava sua primeira queda para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de futebol. A vitória do time baiano por 4 x 3 selava o destino do time palmeirense naquele ano. Três anos antes, a gloriosa equipe do Parque Antarctica havia conquistado a taça Libertadores da América e encantado o Brasil com um futebol competitivo e vistoso.
Ontem, 19 de novembro de 2012, o time voltou a sentir o terrível gosto do fracasso. Após ser campeão da Copa do Brasil em julho, o Palmeiras se descuidou do Campeonato Brasileiro e não conseguiu mais se recuperar. Com atuações sofríveis, o time viu seus adversários na luta contra o rebaixamento se distanciarem cada vez mais e teve sua queda sacramentada após empatar com o Flamengo em Volta Redonda e ver o Bahia vencer a Ponte Preta e a Portuguesa empatar com o Grêmio.
Por ter jogado contra o rubro-negro carioca às 17h, o Palmeiras deixou Volta Redonda por volta das 20h, quando os jogos dos adversários haviam começado há cerca de 30 minutos. No ônibus que levava a equipe de volta a São Paulo, os jogadores acompanham aflitos o resultado das partidas. A confirmação da queda veio às 21h22, quando o árbitro encerrou o jogo e confirmou o empate da Portuguesa.
Cruzando o quilometro 322 da Via Dutra, os palmeirenses se entregaram à tristeza. Era o fim da esperança. O maior campeão nacional, com onze títulos conquistados, estava novamente rebaixado à série B do Campeonato Brasileiro.
Jogadores e ídolos lamentam
Ainda na estrada, o atacante argentino Hernán Barcos, considerado o melhor atleta do Palmeiras na temporada, usou o Twitter para se desculpar. “Palmeirense, obrigado por todo o apoio. E desculpem por não poder fazer mais por sair dessa situação ruim”, disse o dono da camisa 9.
A rede social também foi a ferramenta escolhida pelo ídolo São Marcos – aposentado no inicio do ano – para lamentar a segunda queda de seu time. “Sentimento de tristeza, sem saber o que dizer… Só espero, como qualquer torcedor, que possamos aprender com mais esta lição, e que lição dolorosa! Só sei que sempre serei Palmeiras”, escreveu o herói da conquista da Libertadores de 1999.
No CT da Barra Funda, onde o ônibus palmeirense desembarcou, quatro torcedores aguardavam para protestar. Em menor número do que os jornalistas presentes no local, os palmeirenses hostilizaram o time e a diretoria. O presidente Arnaldo Tirone, o diretor de futebol César Sampaio e o atleta Maikon Leite foram os principais alvos dos gritos de insatisfação.
Em uma década de raras alegrias, o time do Palestra Itália enfrentará o inferno mais uma vez. Dez anos depois daquele fatídico 17 de dezembro de 2002, o time volta a ser alvo de chacotas dos rivais e a lidar com a gigante tristeza de um novo rebaixamento.
É hora de recomeçar, juntar os cacos e partir para uma nova luta em 2013. No primeiro semestre do ano, o time disputará a Libertadores, competição para a qual se classificou após vencer a Copa do Brasil. Para os torcedores, é a chance de iniciar o ano com um novo espírito, disputando com a raça de quem traz em seu passado uma história repleta de glórias e conquistas.
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