Tudo bem que seja humilhante um senhor de 82 anos ter de explicar aos netos porque foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por improbidade administrativa e nunca mais poderá disputar eleições, como aconteceu com Paulo Maluf hoje. Mas essa não foi nem de longe a maior humilhação de sua vida. Quando preso, em 10 de setembro de 2005, pelos mesmo motivos da condenação de hoje, foi reconhecido na sala do Instituto Médico Legal, em São Paulo, onde estava para exame de corpo de delito, por três ou quatro pivetes que logo ensaiaram um coro para ele, cabisbaixo e algemado: “La-drão! La-drão!”. Com o médico, foi pior. Maluf ouviu a orientação de que precisaria tirar a roupa. Fez-se de desentendido, tirou somente o paletó. Pra que? O doutor, anti-malufista confesso, endureceu o jogo: “O senhor vai tirar a roupa ou quer que eu tire a roupa do senhor?”. Maluf obedeceu e a humilhação continuou: vire de costas… mostre isso… mostre aquilo… etc etc. Preso durante 41 dias, no xadrez da Polícia Federal Maluf foi apelidado de Turco pelos colegas de infortúnio.
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