Foi só lembrar de Freud ontem, que o homem não saiu mais da minha cabeça o dia inteiro, não me deixou em paz. Só faltou sair fumaça de charuto por meus ouvidos. Quando li a respeito da retirada do ar , por ordem do Conar, de um comercial em que uma senhora de 84 anos sugeria à neta que fizesse sexo com Cauã Raymond, podem crer que eu dei risada, e Freud urrou, mas urrou em alemão, e eu não falo alemão. Dois mil anos depois de Sófocles (Wikipedia…), foi ele quem melhor escreveu sobre sexualidade e atração sexual, e falou de atração de filhos pelas mães e de filhas pelos pais, deu palestras maravilhosas e ninguém jamais o censurou. Freud tratou a sexualidade como fenômeno natural, científico, não se deixou limitar por nenhuma moral idiota. Recomendo a vocês que leiam pelo menos dois livros dele: Além do Princípio do Prazer, que ele escreveu em 1920, e A Interpretação dos Sonhos, de 1900.
E digo mais:
O que haveria o pai da psicanálise de pensar sobre as declarações de uma psicóloga, poucas semanas atrás, de que a homossexualidade é um mal passível de cura, ou um desvio intencional de conduta? Por mais deploráveis que fossem suas declarações, a mencionada psicóloga não foi censurada, mas pousou para a fotografia com uma patética mordaça sobre a boca, alegando sofrer perseguição nazista dos gays. Freud, judeu que nasceu no século XIX, foi obrigado a fugir do nazismo em 1938, e só foi fotografado fumando um charuto. A Organização Mundial de Saúde e o Conselho Federal de Psicologia são claros e definitivos em consignar que homossexualidade não é doença. Logo, a referida psicóloga representa uma minoria insignificante em sua classe.
Qualquer pessoa que diga que homossexualidade tem cura me ofende, pois está me dizendo doente, o que não sou. Que muitos homossexuais busquem na psicanálise, assim como em diversas terapias, auxílio para que se aceitem como são, eu entendo perfeitamente, e já abri meu blog para auxiliá-los. Vejam como são as coincidências: no mesmo post em que me manifestei pelo respeito aos gays que vivem no armário, explicando como se sente um homossexual (usei a analogia do estádio de futebol), e disse como pode ser difícil se aceitar e se expor para a sociedade preconceituosa, terminei brincando com Cauã Raymond. Hoje, falando sobre a ignorância da sociedade no trato com o tema do sexo e da sexualidade, lá está Cauã. Vocês têm todo o direito de pensar mal de mim: “Bicha maníaca, só fala de sexo e do Raymond!” Podem até estar certos, mas, desolação, nunca misturei os dois tópicos.
Meus caros, este é meu manifesto: Cura para quem precisa de cura! Cura para a ignorância de quem vê a doença no outro, e não na própria cabeça! Cura para a mediocridade de quem não foi capaz de tolerar um comercial genial! Cura para o preconceito e para a homofobia! Freud, meu caro, de onde estiver, nos ajude com tantos males, se é que têm cura.
E vocês? Concordaram com a atitude do Conar em retirar do ar o comercial? Acham correta a visão de nossa sociedade sobre sexo e sexualidade?
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