O jogo está jogado em São Paulo. A não ser que aconteça algum fato novo ou uma virada de última hora, os palanques do segundo turno já estão montados e prometem fortes emoções.
De um lado, Marta do PT, com o apoio do presidente Lula, que ontem bateu novos recordes de avaliação positiva na pesquisa CNI/Ibope, chegando a 80% de ótimo/bom.
De outro, Kassab do DEM/PSDB, com o apoio do governador Serra, que finalmente terá que fazer sua estréia nos palanques paulistanos.
Depois do debate de domingo na Record e dos penúltimos programas do horário político apresentados ontem à noite, e com o provável cancelamento do debate da Globo marcado para quinta-feira, nada indica que esta última semana de campanha mude o cenário da eleição paulistana no primeiro turno.
Numa derradeira tentativa de virar o jogo e as pesquisas, que hoje levam o prefeito Gilberto Kassab para o segundo turno contra Marta Suplicy, o ex-governador Gerlado Alckmin mudou o alvo no seu programa de segunda à noite, mirando agora no PT para mostrar que tem mais chances de enfrentar o demonio vermelho.
“Nós já derrotamos o PT várias vezes. Nós queremos derrotar o governo irresponsável do PT na cidade”, disparou à tarde durante caminhada pela zona leste e repetiu à noite no programa de TV.
É um plágio da estratégia de Paulo Maluf na campanha municipal de 1992, quando seu adversário era Eduardo Suplicy, e o slogan da sua campanha era mais ou menos assim: “Não temos nada contra o Suplicy, mas não queremos mais o PT aqui”.
Só que, de lá para cá, muita água rolou nestes 16 anos. Pode ter sido tarde demais, porque na mesma hora em que Alckmin trocava Kassab pelo PT como alvo dos seus últimos tiros, o ex-presidente FHC já estava reunido em seu escritório com a alta cúpula do DEM para acertar a aliança dos dois partidos no segundo turno.
Segundo o noticiário dos jornais, FHC também já trabalha com o enfrentamento entre Marta e Kassab, que inevitavelmente trará para os palanques do segundo turno em São Paulo uma pré-estréia da disputa pela sucessão presidencial de 2010.
Tanto Lula como Serra sabem que é aqui que começa a se desenhar o cenário para os palanques da campanha de daqui a dois anos e terão que suar a camisa para garantir a vitória dos seus respectivos candidatos.
A partir da próxima segunda-feira, contados os votos do primeiro turno, é hora de ver quem tem mais café no bule. O quadro, no momento, mostra-se absolutamente indefinido. Em todas as pesquisas, Marta e Kassab estão tecnicamente empatados nas projeções para o segundo turno.
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