MASP, obrigatório.

Onde está o Cavalcanti ?
Onde está o Cavalcanti ?

Meus caros, pior do que ir a Roma e não ver o Papa, é viver em São Paulo sem conhecer o MASP. Sei de muitas pessoas que vivem neste hiato da humanidade, sem saber o que perdem. Mais do que nunca, nesta semana vale muito a pena visitar o museu, que está com seu inacreditável acervo muito bem exposto, e recebe uma grande exposição sobre o Império Romano e seus imperadores, além de ter seu acervo próprio exposto sob diferentes temáticas, o que enriquece muito sua apreciação. Perfeito para estes dias de carnaval, como também para qualquer tarde em que vocês tiverem uma brecha na agenda.

Os mármores romanos, muitos do primeiro século d.c., alguns ainda mais antigos, e retratam figuras fundamentais da história, como Julio César – uma enorme cabeça, impressionante – , Augusto, e meu muito adorado Adriano, homossexual assumido, imortalizado por Marguerite Youcenar em seu Memórias de Adriano. O conteúdo escrito nos biombos é bárbaro, nos dá uma boa idéia sobre a vida dos romanos, mas a contínua sucessão de bustos e estátuas de mármore acaba por se tornar enfadonha. Alguns criticaram a quantidade de peças, e, de fato, são muitas, mas são obrigatórias, quem se cansar, que passe batido. Temos mais heranças dos romanos do que muitos sabem. Não percam.

Quanto ao acervo, o deslumbre é total. Ao invés de simplesmente expor as obras, que, sem qualquer linha de compreensão e união perdem muito, agora elas são reunidas sob temáticas claras. Inicia-se o circuito sob o tema de Retratos com os fantásticos Velázquez, Retratos do Cardeal Cristoforo Madruzzo e do Conde Duque de Olivares, passando pelo Escolar de Van Gogh (de um vermelho maravilhoso), e o Retrato em Azul de Picasso. E lá estão, ainda, Goya, Manet, Lautrec, Renoir, Modigliani, e muitos outros. Estarão sempre, mas por quê perder essa chance?

Já sob a temática religiosa de Deuses e Demônios, obras primas, como as Quatro Estações, de Delacroix, disputam atenção com a incrível Ressurreição, de Rafael, e outros mais antigos. Visitar o acervo do MASP é passear pela humanidade – por sua mais bela face, diga-se. Querem fazer parte dela?


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