O secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, disse hoje (7) durante encontro promovido pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), que a geração de energia hidrelétrica, eólica e a partir do bagaço de cana continuará como prioridade nos próximos anos. Ele ressaltou, porém, que a preocupação das autoridades com o setor têm um horizonte mais amplo e abrangerão também as prioridades que surgirão com o esgotamento do potencial hidrelétrico, previsto para ocorrer entre 2025 e 2030.
Ventura destacou o papel das “últimas fronteiras de grandes usinas” – no caso, Belo Monte e o Complexo de Tapajós – para o país garantir a energia nos próximos dez anos e para se aproximar do potencial máximo previsto para a geração de energia hídrica – que é 260 mil megawatts (MW).
Segundo o secretário, o governo continuará seguindo no caminho da diversidade de matrizes energéticas, mas com prioridade na geração de energia hidrelétrica, da que vem do bagaço de cana e da eólica. Essas matrizes vão atender 80% da expansão prevista para os próximos dez anos. Uma das prioridades para a geração de energia a partir de matrizes hidrelétricas, é a construção de empreendimentos na Região Norte e de alguns sistemas isolados. “Porém, com o esgotamento do potencial hidrelétrico, previsto para entre 2025 e 2030, vamos definir uma nova transformação, uma nova prioridade, diferente da matriz hidrelétrica. O gás vai dar nova alternativa importante e, talvez, venha a substituir a matriz hidrelétrica”, destacou.
O secretário informou que a projeção do governo é que o gás venha a agregar mais 15 mil MW à potência instalada do país, mas disse que esse número pode aumentar.
De acordo com Ventura, a geração fotovoltaica ainda não é plenamente competitiva, mas há sinais de que os preços estão caindo internacionalmente. “E sabemos do potencial brasileiro para esta matriz, fazendo com que o Brasil [futuramente] avance também nela.”
Presente ao evento, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, apontou, como fator relevante para diminuir os gastos com o acionamento de usinas térmicas, o investimento em tecnologias que ajudem a prever o comportamento climático no Brasil. “Vai demorar para estarmos razoavelmente [avançados] em termos de previsão climática. Estamos bem para o prazo de sete ou dez dias, mas isso tem de ser ampliado, para termos melhor previsão sobre a necessidade de ligar ou não usinas térmicas”, disse Chipp. Para ele, o país precisa priorizar também investimentos em geração de energia térmica na Região Sul e em linhas de transmissão no Nordeste.
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