Meio século de Rolling Stones

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Rolling Stones em frente ao Marquee Club, palco do primeiro show

“Um show! A banda do Alexis Korner tinha fechado uma data para fazer um programa da BBC ao vivo, no dia 12 de julho de 1962, e ele perguntou se a gente podia ir tocar no lugar dele, no Marquee. (…) Mick, Brian e eu, o núcleo dos Stones, tocamos nosso repertório básico: ‘Dust my broom’, ‘Baby what’s wrong?’, ‘Doing the crawdaddy’, ‘Confessin the blues’ e ‘Got my mojo working’. A gente se sentou lá, começou a tocar e de repente estamos todos sorrindo: ‘Ooh, yeah!’. Essa sensação vale mais do que qualquer coisa no mundo.”

A descrição do guitarrista Keith Richards apresentada em sua autobiografia Vida (Editora Globo; 2010) dá uma idéia de como foi o primeiro show da banda britânica que se tornaria uma das mais importantes da história do rock’n’roll.

Então formada por Keith Richards, Brian Jones (guitarra), Mick Jagger (vocal), Mick Avory (bateria) e Dick Taylor (baixo), a banda subiu ao palco do Marquee Club, localizado no número 90 da Wardour Street, em Londres, para realizar sua primeira apresentação como Rolling Stones, nome tirado de uma canção do blueseiro Muddy Waters, grande ídolo do grupo.

Naquela noite de 1962, poucos imaginavam que aqueles garotos apaixonados por blues e vindos do subúrbio de Londres se manteriam na ativa pelos 50 anos seguintes e se tornariam ídolos de gerações. Pouco tempo depois, os Stones teriam a companhia do experiente baterista Charlie Watts e do baixista Bill Wyman, músicos que completariam a formação clássica da banda.

Ao longo deste tempo, foram 29 álbuns de estúdio, 107 singles, dezenas de turnês e incontáveis sucessos. A formação da banda também sofreu alterações consideráveis neste período, sendo Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts os únicos membros originais remanescentes no grupo.

Mudanças na formação

Primeiro líder dos Stones, o guitarrista Brian Jones teve um trágico fim. Pouco mais de um mês após ter sido afastado da banda pelos colegas, o músico foi encontrado morto afogado na piscina de sua casa, em Essex, no dia 3 de julho de 1969. Seu lugar foi ocupado por Mick Taylor, que em 1974 deixou o grupo para a entrada de Ron Wood, guitarrista que ainda compõe a atual formação da banda. Outro membro dos primórdios dos Rolling Stones, o baixista Bill Wyman deixou a banda em 1991.

Polêmicas, abuso de drogas, prisões, megaturnês, recordes de vendas e lendas ainda não esclarecidas permeiam a carreira dos Rolling Stones. Na mesma medida em que se tornou um grande sucesso e um símbolo do rock’n’roll, a banda também acumulou confusões e construiu uma reputação digna do estilo que tão bem representa.

Stones no Brasil

Nestes 50 anos de carreira, o Brasil também é representado na trajetória dos Stones. Foi aqui, de férias em uma chácara na cidade de Matão, interior de São Paulo, que a dupla Jagger-Richards compôs a música “Wonky Tonk Women”, presente no álbum Let It Bleed, de 1968. Em 1975, a banda teve seus shows proibidos pela ditadura militar, mas em 1995 os brasileiros puderam finalmente ver a banda da língua mais famosa do mundo se apresentar pela primeira vez em solo tupiniquim.

Em 2006, a banda realizou seu último show no País, naquela que se tornou conhecida como a maior apresentação musical da história. Cerca de 1,5 milhão de pessoas acompanharam o concerto dos Rolling Stones na praia de Copacabana, em evento histórico financiado pela prefeitura do Rio de Janeiro em conjunto com duas empresas de telefonia.

O Brasil também tem um cidadão com sangue Stone. Filho do relacionamento relâmpago entre o vocalista Mick Jagger e a modelo e apresentadora Luciana Gimenez, Lucas Jagger, de 13 anos, é o herdeiro do Sr. Jagger no País.

Nova turnê?

Do registro de Godard no filme Sympathy For The Devil, de 1968, ao documentário Shine A Light, de Martin Scorsese, lançado em 2008, os Rolling Stones angariaram fãs nas mais diversas esferas artísticas, políticas e sociais. Inúmeras biografias contam de diferentes maneiras e versões as histórias deste meio século de banda, e outros tantos livros, filmes, discos e demais materiais continuam sendo lançados e revisitados para relembrar o legado do grupo.

Também conhecidos por seu histórico logotipo da língua de fora – criado pelo designer inglês John Pasche, e não por Andy Warhol, como acreditam alguns – os Rolling Stones conseguiram se transformar no símbolo máximo de um estilo que, desde o princípio, quebrou paradigmas e deu voz aos jovens e aos inconformados do Reino Unido e do mundo. Mais do que isso, a banda conseguiu se tornar um verdadeiro ícone musical, fashion e social da cultura pop do séc. XX.

Sem se apresentar desde 2007 – quando encerrou a turnê Bigger Bang Tour – os Rolling Stones sinalizam que podem voltar aos palcos em 2013, para celebrar seu meio século de história junto aos fãs. Apesar de ainda não haver nada confirmado, os brasileiros já aguardam com ansiedade o retorno da banda que invadiu e fez história em nossa praia.


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