“Melhor que ganhar uma Copa do Mundo é ganhar a Copa do Mundo”

Brasileiros – A Fifa acertou ao escolher São Paulo para o jogo de abertura?
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Washington Olivetto – Sou tão a favor da abertura da Copa em São Paulo, como sou a favor do encerramento da Copa no Rio. Acho questão de lógica isso. Sou paulista, mas não penso nisso porque sou paulista. Sou corintiano, mas não penso nisso porque sou corintiano. É uma questão de lógica. Acho que para o País, a Copa abrir em São Paulo e encerrar no Rio é perfeito. Impecável.

Brasileiros – A Copa é tudo isso que se fala, é pule de dez, como se diz no turfe, para o Brasil?
W.O. – Acontece uma coisa interessante, precisamos pensar o todo da Copa. Tive possibilidade de acompanhar algumas Copas e Olimpíadas de perto, como em Barcelona, onde eu tinha um escritório. Acho que melhor para um país que ganhar uma Copa do Mundo é ganhar a Copa do Mundo. Se você ganha uma Copa é muito bom, muito legal, o país levanta, você é o rei do futebol. Mas sediar a Copa do Mundo tem uma série de privilégios. Vamos pegar países bem estruturados, felizes economicamente, como a França. Países com recordes mundiais de turismo que cresceram por causa de uma Copa. E cresceram visivelmente. Então, não tenho dúvida de que o Brasil, que já teve oportunidade de ganhar cinco Copas do Mundo jogando futebol, precisa aproveitar muito bem essa segunda chance de sediar uma Copa do Mundo. Em 1950, quando o Brasil sediou aquela copa, o torneio não era um negócio desse tamanho. Tinha uma importância enorme, mas não tinha a possibilidade de gerar tantas outras coisas. Agora é um evento sensacional sob o ponto de vista de negócios para o País e, por isso mesmo, a abertura tem de ser em São Paulo. Acho que a Fifa percebeu isso. É curioso, nem consigo imaginar, sob a ótica do bom senso, competidores para São Paulo e Rio em termos de abertura e encerramento. E eu sei que a capital é Brasília, mas é uma questão de bom senso.

Brasileiros – Como a Copa vai mexer com o mercado publicitário, já dá para sentir?
W.O. – Todos os meus clientes aqui na W/McCann, e tenho certeza de que nas outras agências também, têm a Copa como assunto prioritário. Inclusive clientes internacionais. Eu mesmo já tive a possibilidade de participar de reuniões com dois clientes internacionais que, mesmo não sendo clientes atrelados fortemente ao esporte, e clientes voltados ao público feminino – que não é a maioria de torcedores de futebol – querem participar da Copa do Mundo.

Brasileiros – O que você diria àqueles que são contra, àqueles que acham que será mais uma roubada para o País?
W.O. – Você não pode imaginar a Copa do Mundo sob a ótica de um benefício de um mês para o País. Não. Se benfeita, ela é muito mais que isso, ela é para sempre. Igualzinho uma Olimpíada. A Olimpíada fez isso com Barcelona, ensinou ao catalão, ao habitante de Barcelona que Barcelona tinha praia. O catalão não sabia disso antes da Olimpíada. As obras para a Olimpíada é que fizeram aquela área da Barceloneta e mostraram a praia. Então, acho que a gente tem de encarar a Copa desse jeito.

A Copa do Mundo começa em São Paulo. Em novembro

O Seminário São Paulo na Copa do Mundo – uma realização da Brasileiros com apoio da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo e da Koch Tavares – irá debater, pela primeira vez, o que São Paulo tem, o que não tem e o que precisará ter para receber os milhares de turistas que virão assistir ao jogo de abertura e aos outros cinco marcados para a cidade. Estarão em campo palestrantes que são craques consagrados da Política, da Economia e do Esporte. Não perca esse clássico. Não haverá replay.

Dia 28 de novembro, a partir das 9 horas. Museu do Futebol (Praça Charles Miller, s/n, Pacaembu). Inscreva-se aqui


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