Mercado da comunicação vai dobrar até 2016

Comissão “As Novas Tecnologias e as Novas Fronteiras da Mídia” foi composta por Luis Fernando Vieira, Daniel Chalfon, Paulo Camossa, Flávio Rezende, Luciano Huck e Fernando Chacon

A Brasileiros participou nesta terça-feira, dia 29, do V Congresso da Indústria da Comunicação que acontece no World Trade Center, em São Paulo, até o dia 30 de maio. Neste segundo dia, o Congresso discutiu a nova formação necessária ao profissional de mídia em um mundo cada vez mais conectado e integrado a ferramentas como o Facebook e o Twitter. O debate aconteceu na comissão “As Novas Tecnologias e as Novas Fronteiras da Mídia”, formada por Luis Fernando Vieira, presidente do Grupo de Mídia de São Paulo e vice-presidente da Africa; Daniel Chalfon, da Loducca; Paulo Camossa, da AlmapBBDO; Flávio Rezende, Diretor Nacional de Mídia da Agência DPZ; Luciano Huck, apresentador da Rede Globo, e de Fernando Chacon, do Banco Itaú,

Destacando que o mercado de comunicação brasileiro é o quarto no ranking mundial de investimentos em publicidade e que esses investimentos devem dobrar de tamanho nos próximos quatro anos com os grandes eventos que o País sediará – a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 – , a comissão trouxe à pauta o perfil do profissional de  publicidade que dará conta de forma eficaz do volume de negócios que deve ser gerado. Para os debatedores, o mercado deve ser preparado sob três aspectos: a capacitação de pessoas, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de ferramentas de mídia e a regulamentação dos novos meios e novas práticas.

Para o presidente da mesa, o publicitário Luis Fernando Vieira, um bom começo para a preparação deste novo profissional de mídia das agências de publicidade é a adequação do conhecimento através de cursos de certificação. “Já temos cerca de 500 profissionais certificados no País, mas queremos ampliar esse volume para dar maior credibilidade à atividade de mídia”, defendeu Vieira.

Outro ponto debatido foi a mudança do perfil do consumidor. “Precisamos estar atentos aos movimentos do mercado e ao consumidor que já não é mais o mesmo”, disse Flávio Rezende. Para Flávio, para atingir o novo consumidor não se pode mais dividi-lo por idade e sexo, e sim por tendências e gostos que são perceptíveis através dos usos das mídias sociais.  “ O atual consumidor é um curador e disseminador de informação nas mídias sociais. Ele utiliza devices (TV computador, celular) concomitantemente e fala sobre seus gostos, suas marcas, seus programas de TV favoritos em tempo real”, completou.

Pegando carona no assunto das redes sociais, o apresentador da TV Globo Luciano Huck falou da sua experiência com pesquisas pelo Facebook e Twitter que geraram quadros e ações de merchandising no programa Caldeirão do Huck. “A capacidade de pesquisa e a reação rápida das redes sociais hoje é impressionante”, disse ele. Como exemplo, Huck citou a busca que fez pelas redes sociais de pessoas homônimas a personalidades famosas. “Chegaram milhares de respostas imediatamente. Descobrimos o Indiana Jones e até dois irmãos que se chamavam Brad Pitt e Tom Cruise”, divertiu-se.

Frisando que a forma de ver a comunicação deve ser reavaliada o tempo todo, Huck chamou a atenção para a velocidade das mudanças na internet com a criação de novas ferramentas e do poder crescente delas. “O UOL levou nove anos para ter um milhão de usuários, o Facebook, levou nove meses para ter um milhão e o Draw Something (game para gadgets), demorou só nove dias”, disse. “E hoje a melhor ferramenta para reclamar de qualquer tipo de produto ou serviço é o Facebook e o Twitter. As empresas morrem de medo do Facebook e do Twitter”, completou.

Sobre as novas formas de consumo que são geradas por essas novas práticas de comunicação, o  publicitário Flávio Rezende afirma que as fronteiras entre os locais físicos e a internet vão ser extintas. “A separação on (line) e off (line) tende a desaparecer” fazendo com que o consumo de bens ou informação aconteça de ambos modos. A extinção desta fronteira, que ainda existe, deve gerar novas maneiras de entender e praticar a publicidade e, segundo ele, “o profissional de mídia atual deve ver e entender esse movimento como um todo”.

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