Mercado de arte

A SP-Arte/2011, aberta até domingo (15 de maio), no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, abre a todos os paulistanos a oportunidade de ver, sob um único teto, as melhores peças oferecidas no disputado mercado de arte por 86 galerias do Brasil e do Exterior. Trata-se de uma feira de arte, não de uma mostra, tudo o que está exposto está à venda, com peças para todos os gostos e padrões, de 2 mil reais a alguns milhões de dólares. Não se trata de delírio ou exagero, embora a defasagem cambial de nossa moeda ajude a atingir esses patamares, mas os brasileiros agora descobrem, na arte, um investimento mais seguro e sólido que produtos financeiros oferecidos pelos grandes bancos.

Não se trata de uma mostra que traga a produção artística contemporânea, o que, via de regra, requer uma orientação mais profissional, dada a sofisticação do que se produz nos dias de hoje. Galerias não querem impressionar os críticos ou atingir curadores de exposições e museus: galerias querem vender. O grande público, e novamente separamos aqueles que vivem no universo das artes, quer ver, ter a liberdade de dizer se gosta ou não e, seguindo um caminho cada vez mais frequente, comprar.

Lá estão galerias tradicionalíssimas de São Paulo e Rio de Janeiro, como Dan Galeria, Casa Triângulo, Fortes Vilaça, além de uma agradável surpresa: a presença de galerias de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Argentina, México e Estados Unidos. Obras de Di Cavalcanti, Portinari, Volpi, além de artistas mais atuais, como Leda Catunda e Beatriz Milhazes, estão expostas e, tratando-se de artistas já reconhecidos (principalmente os falecidos), os preços assustam, somando vários milhões. Mas isso não deve assustar àqueles que querem iniciar suas aventuras nesse universo, pois algumas delas trouxeram peças de cerca de mil reais, acessíveis a todos. Um belo exemplo é a Galeria Choque Cultural, com a sede na Vila Madalena, em São Paulo, que reúne, em suas próprias ações de venda, criatividade digna de registro.

Mesmo para quem não tem nenhuma intenção de botar as mãos no bolso, salvo pela entrada de R$ 30,00 (estudante paga meia), trata-se de um excelente programa nesse final de semana, que se anuncia chuvoso. Arte de qualidade nunca decepciona.


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