Meu eterno Hamlet

Esse sorriso, ai...Meus caros, já falei dele aqui até dizer chega, mas, para o melhor, muito nunca é demais. Wagner Moura vai fazer um filme em Hollywood, e terá como parceiro nas telas o também fofo Matt Damon e Jodie Foster, uma das musas do sindicado homossexual feminino. Um de meus primeiros posts, muito tempo e um site atrás, descrevi a maravilhosa atuação do grande Moura em Hamlet, que assisti no teatro aqui em São Paulo. O desespero do príncipe da Dinamarca, torturado pelas dúvidas acerca da legitimidade do fantasma de seu próprio pai, o justificado ódio ao rei Cláudio, a força que fazia tentando converter a mãe de volta ao lado luminoso da força, jamais me esquecerei daquela noite. Se ele passou por cima dos demais atores com a força de um trator, azar o dos outros, que não tiveram brilho para acompanhá-lo.

Eu também já confessei a vocês que o abracei pessoalmente, inebriando-me com o calor de uma camiseta rosa (ele não tirou a camisa na minha frente), logo após o show da banda Sua Mãe, divertidíssimo, no Studio SP. Você podia até questionar o repertório, pois ele se propôs a ser brega, e o foi, sem limites, pediu desculpas até mesmo quando cantou Carlinhos Brown, mas mostrou uma foz firme, muito bem trabalhada, digna do profissional que ele é.

Elogiei o suficiente? Ainda não. Tropa de Elite continua a ser um dos melhores filmes que já vi em minha vida, o olhar psicótico do Capitão Nascimento marcou minha vida, me pego tentando imitá-lo nos meus (benza Deus!, raros) momentos de raiva. A continuação, embora até que merecidamente aplaudida em todo o País, foi filme menor.

Pois agora ele anuncia que vai para a capital mundial da ilusão midiática, e eu não tenho dúvida de que se sairá muito bem. Já é um ator maduro, e talvez seja exatamente essa a razão pela qual o escolheram. Vão dar-lhe um papel menor, será ofuscado (creio eu) pela máquina de mídia de Damon, mas sempre há um próximo filme, e aí, caríssimos, não tenho pudores em dizer que sonho com um Oscar. Vale lembrar que Damon e Ben Affleck eram meros adolescentes quando ganharam o deles, e que Javier Barden já era, vamos dizer, vintage, quando chegou ao estrelato. Na terra dos sonhos, cabem os de todos, inclusive os nossos. Vou sempre apostar no meu queridão, que canta brega, se diverte, e depois veste camiseta rosa, e aceita que jornalistas de barba branca babem sobre seus ombros. Morram vocês de inveja, eu já tive meu quinhão – mas aceito aditivos. Abraços do Cavalcanti.


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