Um encontro de gerações e ritmos abriu na noite de domingo (14) a segunda edição do Fórum da Cultura Digital, que acontece de 15 a 17 de novembro na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
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O show Futuríve trouxe para o palco do Auditório Ibirapuera, Gilberto Gil, o trio de rock cuiabano Macaco Bong e a banda de pife de Caruaru, Princesa do Agreste, turbinados ainda com a pegada eletrônica de DJ Tudo e VJ Scan.
Mistura é a palavra que define o espetáculo. Um remix preparado à base de arte e tecnologia que busca fazer uma ponte entre música da melhor qualidade com cultura e política. Quem não foi, pôde conferir na transmissão online ao vivo, no site oficial do evento.
“O show comemorou a expressividade global da música e a força que novas tecnologias ganharam no Brasil”, diz Rodrigo Savazoni, da Casa de Cultura Digital, que promove o evento em parceria com o Ministério da Cultura (MinC).
Conectado à internet desde os tempos em que a rede sequer havia sido pensada, Gilberto Gil há décadas trouxe a tecnologia para seu repertório. Futurível também é o nome de uma das canções do disco Gilberto Gil, de 1969 – o mesmo de Aquele Abraço.
Premiado na última quinta-feira (11) com o Grammy Latino em duas categorias, Melhor Álbum MPB, com Banda Dois, e Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras, com Fé na Festa, Gil também participou do primeiro dia de debates do Fórum. O encontro, neste caso, foi com John Perry Barlow, poeta, roqueiro e ativista ferrenho da liberdade na internet.
O encontro buscou avançar em uma conversa sobre inclusão, comunicação digital e políticas participativas de 2003, no evento Mídia Tática Brasil. “O espaço cibernético não se limita a suas fronteiras”, afirmou Barlow, na ocasião.
Defensor de ideias anárquicas, Barlow fundou a ONG Eletronic Fontier Foudation, que combate as frequentes tentativas de controlar a internet. Uma das ações da instituição foi sugerir a governos manterem-se afastados da internet. Proposta expressa no manifesto Declaração da Independência do Ciberespaço, escrita em 1996.
O americano visionário, autor de mais de duas dezenas de músicas da banda Grateful Dead, inspirou ações de Gilberto Gil durante o período que o músico esteve à frente do Ministério da Cultura. “Relembramos o passado e ao mesmo tempo pensamos o futuro”, diz Claudio Prado, coordenador do Laboratório de Cultura Digital, que mediou o debate.
Em seminários, debates, oficinas, exposições e intervenções artísticas e tecnológicas, o Fórum da Cultura Digital quer refletir sobre as transformações do mundo no contexto digital em experiências de redes nacionais e internacionais.
“Em uma sociedade como a nossa, em que criar novas tecnologias tornou-se sinal de prosperidade, aumenta a importância de se debater as implicações que essa acelerada evolução tem em nossas vidas”, defende Savazoni. “Este segundo fórum consolida um lugar reservado para discutir esses temas”.
Continuando a tendência impressa por Gil no MinC, o ministro Juca Ferreira tem ampliado espaço para cultura digital no governo. “As novas tecnologias são fundamentais para ampliar a qualidade dos serviços públicos”, diz. Segundo ele, a informação chega de forma mais fácil para um número maior de brasileiros. “A vertiginosa evolução do acesso à banda larga e aos computadores fará do ambiente digital o principal meio de fusão cultural”.
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