Algo de novo finalmente começa a acontecer na prática e deve fazer de setembro de 2013, o mês da mobilidade no mundo, uma data especial a ser celebrada. Enquanto na internet sites, como Bike é Legal (www.bikeelegal.com), da cicloativista Renata Falzoni, entram no ar e blogs sobre o tema surgem em uma velocidade semanal, várias capitais do País estão construindo ciclovias que serão entregues nos dez próximos meses, até o início da Copa do Mundo de 2014. Brasília ganhará 20 km até abril. A mesma quantidade está prevista até o fim do ano para Manaus. Em 31 de setembro, Porto Alegre, que tem 15,7 km de ciclovias, receberá mais 4,7 km. O Rio de Janeiro, com 305 km de faixas exclusivas para bicicletas, promete mais até o Mundial. Na primeira semana de outubro, São Paulo sediará a segunda edição da Feira Brasil Ciclefair, com 130 empresas, a maior da América Latina.
Mas a novidade de impacto está reservada para a capital paulista. No dia 28 de setembro, será anunciado pela Câmara de Vereadores à população o Projeto Política Municipal de Bicimobilidade, que a Brasileiros antecipa em uma série de detalhes nesta edição. Além de ciclovias, prevê, por exemplo, que shoppings centers construam estacionamentos para bikes. Tudo isso, como lembra Renata Falzoni, sinaliza uma mudança de mentalidade em uma cidade em que 80% do espaço público são ocupados por estacionamentos e vias para automóveis motorizados. Uma visão que se volta para a qualidade de vida, principalmente pelo uso do transporte público e de vias de acesso por bicicletas. Medidas, enfim, que devem tirar o Brasil da contramão dos países economicamente mais importantes do mundo que se
preocupam com a mobilidade.
Como se verá a seguir, Nova York tem mais 800 km de ciclovias, e Berlim, um número próximo. Nesses pontos, carros, motos e bicicletas aprenderam a se relacionar de modo civilizado e não vivem uma guerra por espaço, como se vê no Brasil. A partir de reportagens, artigos e personagens exemplares dessa mudança de comportamento, que reflete e interfere diretamente sobre o acesso a diferentes locais das cidades (incluindo o do trabalho), aos serviços públicos e ao meio ambiente. Brasileiros propõe não exatamente um debate, mas um diálogo para a vida nas grandes cidades do País se torne melhor e seus moradores mais saudáveis e felizes.
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