Morreu nesta quinta-feira (13), aos 81 anos, o ator Paulo Goulart, vítima de complicações em decorrência de um câncer renal avançado. Paulo estava internado no Hospital São José, em São Paulo, e lutava contra o câncer havia cerca de cinco anos.
O ator era casado com a atriz Nicette Bruno desde 1954 e tinha três filhos, as atrizes Beth Goulart e Bárbara Bruno e o ator Paulo Goulart Filho.
Paulo tinha uma carreira dedicada ao teatro, televisão e cinema. Sua primeira aparição na TV foi em 1952, quando contratado pela TV Tupi para fazer parte da novela “Helena”, de Manoel Carlos. No mesmo ano, estreiava nos palcos com a peça “Senhorita Minha Mãe”.
O ator quase seguiu carreiras distintas que poderiam tê-lo levado para rádio ou para a área química. Em São Paulo, o ator chegou a estudar química industrial e chegou até o segundo ano do curso. Em entrevista à Folha de São Paulo, em 2010, Paulo disse que cedo descobriu sua verdadeira vocação. “Graças da Deus, o teatro me tirou da química”, contou.
Como radialista, tentou teste para locutor na Rádio Tupi. Como não passou no teste, foi contratado como ator de rádio. Antes, havia também trabalhado como operador de som e locutor de uma radio fundada por seu pai em Ribeirão Preto, cidade onde nasceu.
Entre os papéis mais marcantes de Paulo estão as novelas “Fera Radical”, “Éramos Seis”, “O Dono do Mundo”, “Mulheres de Areia”, “Esperança” e “Duas Caras”. No cinema, o ator integrou o elenco de “Rio Zona Norte”, “Gabriela, Cravo e Canela” e “Para Viver um Grande Amor”. Seu mais recente trabalho para o cinema foi o papel do Coronel Ricardo Amaral Neto em “O Tempo e o Vento”.
Em entrevista à Globo News, os atores Ary Fontoura e Aracy Balabanian, amigos do casal, lamentaram a morte de Paulo. “Eu sou muito amiga do Paulo e da Nicette. Convivi muito com eles, tenho muitas fotos, um casal que vai fazer muita falta. E estou sofrendo pela Nicette, porque ela o amava loucamente, e vai ser difícil, embora seja uma mulher forte e corajosa, vai ser muito difícil viver sem ele. Ela tem os filhos, mas ele vai fazer muita falta. Ele é uma figura ímpar, uma pessoa muito especial. A gente perdeu muito. Eles dois são muito generosos como atores e colegas”, disse Aracy.
“Essa é uma noticia triste. O Brasil está de luto. É a perda de um ator que significou muito em todos os setores, tv, rádio e teatro. Pra mim, é uma perda muito grande, embora anunciado que o Paulo estivesse doente. Mas ainda é traumática. Nossa amizade é muito antiga, desde 1970. Eu vi essa família crescer, todos os filhos crescerem, eu vi esse casal, Nicette e Paulo, se transformarem nisso que se transformaram, no significado de uma família que deu certo, de um casal que sempre se amou. Nos moldes antigos, são os poucos que conseguem atingir 50, 60 anos e sobreviver. Vai ser muito duro pra ela, como é pra nós, muito amigos”, contou Ary Fontoura à Globo News.
No trecho a seguir, Paulo em um dos seus primeiros papéis no cinema, no filme “Rio Zona Norte”:
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