Morre aos 94 anos a escritora britânica Doris Lessing

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Um dos símbolos da escrita marxista, morreu aos 94 anos, na madrugada de segunda (17), em Londres, Doris Lessing, uma das escritoras mais influentes do século 20. Com quase 60 livros escritos – contos, memórias, romances e até ficção científica -, a obra de Lessing foi lida pelo mundo todo. Como temas, sempre estavam a crítica ao poder, o preconceito racial, os direitos das mulheres e a psique humana. Nasceu na Pérsia, hoje Irã, mas foi criada na Rodésia do Sul, hoje Zimbábue, ex-colônia Britânica. Segundo um amigo próximo, a escritora teria morrido em “paz”.

Doris Lessing casou duas vezes, tendo dois filhos do primeiro casamento e um do segundo. Depois de uma vida atuante na África, foi para Londres em 1949 com seu filho do segundo casamento. Foi lá que entre 1952 e 1956 militou junto ao Partido Comunista, lutando conta o colonialismo e fazendo crítica a condição da mulher e aos armamento Nucleares – o que lhe valeu críticas e interdições de entrada na África do Sul.

Foi apontada como feminista, mas ela preferia ser vista como a escritora que descreve o homem e as circunstâncias do seu meio, contradições, mutações e estados críticos políticos.

Dona de uma escrita dura, direta e de estética sem muitas delongas e adornos, Lessing falava do sentimento humano, explorado em todas as possíveis matizes. Nos anos 1970, ela iniciou a publicação da série de ficção científica Canopus, que classificava como “ficção social”.

Em Contos Africanos (1964), destaca tal fato com detalhes de sentimento nacionalista por parte dos africanos subjugados ao regime colonialista Britânico. Sua escrita passa pelo memorialismo, desde a infância e maturidade, o que ficou sublinhado, face ao contexto de sua vida implicada em questões sociopolíticas, no caso entre África e Inglaterra.

Em 1987, veio ao Brasil, atendendo ao convite de Alfredo Machado – editor da editora Record à época -, lançar seu livro A Terrorista, onde se encontrou com intelectuais e críticos de literatura como Leon Gilson Ribeiro – que se fez seu intérprete. Ainda na circunstância, veio a São Paulo, onde encontrou com José Mindlin e fez críticas ao ensino de Literatura.

Entre as obras imperdíveis: O carnê dourado (1962) – este considerado pela crítica sua obra prima; A canção da relva (1950); O verão antes da queda (1977); e a série de ficção científica Canopus em Argos e Amor de Novo.


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