Mosqueteiros de quinta categoria

Meus caros, esse é mais um alerta que um post: não vale a pena ver a última versão de Os Três Mosqueteiros, que acaba de estrear nos cinemas. Pura perda de tempo, coisa feita para quem gosta de videogame, não para quem realmente leu o livro, ou gosta de cinema bem feito. Reclamo, e não vou economizar nas pedradas, pois se trata de um dos meus livros favoritos, morrerei com ele em minha mezinha de cabeceira. D’artagnan é um de meus maiores heróis, não que despreze os outros três, Athos, Porthos, e Aramis, cada qual com seus atributos louváveis. Juntos, segundo Alexandre Dumas, eles salvam a rainha da França, escapando das perigosas artimanhas do poderoso cardeal Richelieu, e da maravilhosa (e mortífera) milady de Winter, que parecem criados para uma bela novela das oito.  É um dos livros mais bem escritos da história, um triller como poucos. Existem várias versões filmadas, mas a minha preferida, talvez por ser de minha geração, tinha Michel York como D’artagnan, o fantástico Charlton Heston estava ótimo como o Cardeal, Oliver Reed era um Athos soturno, e Rachel Welch, Faye Dunaway, e Geraldine Chaplin, arrasaram como Constance, Milady, e a Rainha, respectivamente. Aquela sim foi uma filmagem de primeira.

Dessa vez, quem vence são os efeitos especiais, que fazem caravelas voarem, criadas por um Leonardo Da Vinci que jamais fez parte do livro. As cenas são realmente espetaculares, mas esqueçam, não tem nada a ver com o livro delicioso de Dumas. O próprio Orlando Bloom, como Buckingham, está bobo. Ou seja, uma história deslumbrante, um monte de dinheiro, e todos os recursos disponíveis, não são suficientes para que se faça um bom filme. Nas mãos erradas, tudo pode virar uma maionese azeda.

O livro fez tamanho sucesso na época, 1844, que acabou gerando mais quatro, em continuação, terminando com o também muito refilmado O Homem da Máscara de Ferro, cuja versão mais recente, com Leonardo DiCaprio era uma bobagem sem tamanho. Melhor, sempre, é ler os livros originais, inesquecíveis. Quanto à versão atual, economizem no dinheiro das entradas e da pipoca, não vale a pena. Mesmo se você for da geração dos videogames, procure um bem divertido, pois o filme não serve para nada. Palavra de Cavalcanti.


Comentários

2 respostas para “Mosqueteiros de quinta categoria”

  1. Cavalcanti,
    Obrigado pelo aviso!
    Estava pensando em ir ver, mas vou ficar mesmo com a leitura do original.
    Estou lendo A Rainha Margot e já estou vendo certas diferenças com o filme, acho muito difícil adaptar esses grandes clássicos, sendo fidedigno a obra; excessão da obra “O Vermelho e o Negro” que ficou muito boa.
    Besos,
    Rico E

    1. Rico, Rainha Margot é dos melhor adaptados de Dumas que temos. Para os Mosqueteiros, recomendo a versão de que falo no post.
      Abraço, e obrigado pelo comentário

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