Meus caros, não foi surpresa para ninguém a eliminação da transexual Ariadna, logo no primeiro paredão. Era demais para a nossa sociedade ter de lidar com ela, todos os dias, no horário nobre da televisão. Os conservadores dirão que isso prova que o Brasil não está preparado para lidar com homossexualidade, latu sensu, podem contar que o nome da menina será usado como símbolo máximo da anormalidade que somos, do Oiapoque ao Arroio do Chuí. Em meu post sobre o programa, que nunca escondi que detesto, procurei preservar Ariadna, agindo como se uma transexual naquele grupo fosse normalíssimo, o que, permitam-me, agora que ela já saiu da casa, confesso que não acho. O percentual de transexuais no mundo em que vivemos é ínfimo, e achei uma provocação desnecessária, em um universo em que os homossexuais, tão absolutamente iguais aos heterossexuais, já são discriminados a ponto de apanharem com lâmpadas de vidro. Os gays de Gilberto Braga prometem muito, mas Ariadna, no BBB, queimava o filme. Sei que agora vou me jogar, eu mesmo, aos leões, mas posso dizer que não me sinto representado por um transexual – não na televisão. Ouso dizer que mais de 99% dos homossexuais não são transexuais, eles atiçam ainda mais o ódio contra todos nós, errada está a sociedade, lógico, mas era desnecessário expor a todos nós dessa maneira. Não estavam, com ela, obtendo aceitação para os homossexuais, para os transexuais tampouco, isso se provou ontem à noite. Somos dignos de todo o respeito, consideração, e proteção legal, e devemos todos lutar por essa proteção, mas me identifico com Ariadna apenas no preconceito. Eu sou um homem que se sente atraído por outros homens, não quero ser uma mulher, não quero mudar de sexo. O fundamental é a luta pelo respeito à diversidade, pela proteção legal aos nossos direitos elementares, e acho de uma ingenuidade atroz acreditar que atitudes dessas o façam, pois buscam mesmo (e apenas) audiência para o programa.
Agora que eu já me joguei aos leões, que militantes agressivos vão me surrar na esquina, quero ao menos terminar com uma imagem linda, de Ricky Martin, um cara bárbaro, meu ídolo, que fez muito pela humanidade ao se revelar homossexual, e que continua a fazer. Seu último clipe, The Best Thing About Me Is You, é lindíssimo, nele o cantor pinta no próprio peito o símbolo de igualdade, e faz circular uma música deliciosa por milhões e milhões de ouvintes mundo afora. Amo esse cara, e acho que ele sabe o que fazer pelos homossexuais, e acho que, com esse clipe, sua mensagem vai circular mundo afora.
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