Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo fizeram, nesta quarta-feira (5), uma paralisação de quatro horas, das 10h às 14h, em protesto coletivo contra a violência e à falta de segurança nas jornadas de trabalho. De acordo com a São Paulo Transportes (SPTrans), todos os 29 terminais (28 municipais e um intermunicipal) da cidade estão fechados. Os terminais atendem a 1 milhão de passageiros diariamente.
O sindicato dos Motoristas e Cobradores fez, no Terminal D. Pedro II, no centro da capital paulista, um ato para reivindicar melhores condições de trabalho e segurança, com o objetivo de conscientizar os usuários sobre a importância de denunciar as pessoas que colocam fogo nos veículos.
A greve aconteceu por conta do aumento dos ataques a ônibus. Um dos principais fatores foi a morte do motorista John Brandão, no dia 22 de outubro que, após um ataque a ônibus, teve 70% de seu corpo queimado.
No Terminal Pinheiros, um dos mais movimentados da cidade, milhares de pessoas estavam aguardando pela volta dos ônibus. O cobrador Jeovânio de Freitas alertou contra a violência, que vitimou o seu colega no mês passado. “Não podem deixar isso acontecer com um trabalhador que esta prestando serviços a população. É segurança! A única coisa que precisamos é de segurança na hora de exercer o trabalho”, disse.
Quando questionado sobre as reivindicações, o motorista Álvaro Abraão comentou, acima de tudo, que o respeito com o trabalhador deve ser primordial na jornada de trabalho. “O sindicado que decidiu, em respeito do colega que faleceu ao ter o corpo incendiado. Essa greve é uma coisa normal, que deve ser encarada pelas pessoas como uma resposta as condições desprezíveis de trabalho. Não tem como seguir desse jeito. Alguma providencia tem que ser tomada”.
Como a greve pegou boa parte do horário da manhã, milhares de pessoas não conseguiram chegar a seus destinos. A vendedora Cintia Geralda de Britto lamenta a falta de transporte público, mas entende a situação que o motorista está exposto. “É complicado, tenho que pagar mais uma condução e parar em outro terminal que também não vai ter ônibus. Pra gente que trabalha e depende do transporte, isso é horrível. A gente entende que eles precisam reivindicar uma condição melhor de trabalho. A única maneira de acabar com isso é o governador olhar um pouco mais na segurança dos trabalhadores. Se os motoristas e cobradores param, a cidade inteira para também”, argumentou.
O painel e locutor do Metrô Pinheiros informava, ao meio-dia, que o serviço de transporte público voltaria ao normal às 14h
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