Cultura independente

A Kaput, de Bia Bitencourt.
A Kaput, de Bia Bitencourt.

Tutorial de goma para colar lambe-lambe, críticas dos CDs punks que você deveria ter ouvido, poesia marginal… Os zines eram o modo de divulgar a cultura do underground numa época em que a internet não era popular. Mas não se engane, esses livretos continuam circulando e para apoiar a produção e divulgação deles, a paulistana Bia Bittencourt, 29, criou a Kaput Livros, uma livraria e editora online que possibilita a compra de publicações nacionais e internacionais, de diferentes estilos – sejam eles voltados ao texto, à poesia ou a experimentação de papel e layout.

Com quase um ano de existência, a Kaput tem um catálogo de 110 zines vendidos no e-commerce do site. Os preços são convidativos e 70% do valor vai direto para o autor – cerca de 30% do valor das obras servem de ajuda de custo para manter a plataforma. “Eu ainda não calculei se é um negócio lucrativo, mas minha prioridade é difundir a expressão artística no papel”, explica Bia, que faz a curadoria, os envelopes, vai ao correio e transfere os valores aos autores. Ela também é a idealizadora da Feira Plana, um encontro de publicações independentes no MIS, em SP. Sua segunda edição acontece nos dias 8 e 9 de março deste ano e vai contar com 120 expositores.

Pensamentos Múltiplos

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Ricardo Reis e Laura Berbert e a querida lavoura.

Baseada em Belo Horizonte, MG, a Lavoura Ambulante é uma “mini-editora e camelô” por definição e uma das frentes do coletivo artístico constituído por Laura Berbert, formada em artes visuais pela UFMG, e Ricardo Reis, residente do Museu da Pampulha. Os dois fazem cadernos, zines, posters e outras publicações: “usamos técnicas de encadernação variadas. Existem cadernos que conseguimos fazer em algumas horas e outros que levam alguns dias”, explica Ricardo.

Eles tem o apreço pela rua, mas as vendas também são feitas com o auxílio da página no Facebook. Os valores são populares e o plano é finalizar o projeto do e-commerce neste trimestre. Eles fizeram até agora 175 cadernos, o que ajudou a estruturar o capital para imprimir as obras ficcionais, ou como eles definem, ‘ficções topográficas’. Em janeiro, lançaram o primeiro volume da série Camaleão. “A gente se apropria do que está em volta para produzir as narrativas possíveis, usando diferentes liguagens”, explica Ricardo. “São objetos que se inserem no cotidiano das pessoas e acabam funcionando como veículo de disseminação do nosso trabalho, fora das instituições tradicionais de arte. E a internet abre os caminhos”, finaliza Laura.

Até 2017…

… Todos os livros das escolas públicas terão versão digital. Esta é a estimativa do diretor de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Rafael Torino. Com o livro digital, um universo de mais de 40 milhões de estudantes, além dos professores, poderão acessar conteúdos interativos. Tudo pelo computador ou tablet. No entanto, o papel não perderá espaço: “A tecnologia deve entrar de forma gradual e deve entrar de forma complementar ao papel”, analisa Torino.

As experiências com a digitalização começaram a ser feitas no ano passado, no ensino médio, com a distribuição de tablets aos professores da rede pública. Para 2014, o processo foi pensado no edital.


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