Desta vez, deu gosto de ver: mais de 50 mil pessoas de pé no Morumbi aplaudindo o time ao final da bela vitória do São Paulo por 3 a 0 contra o Internacional, deixando o tricolor sozinho na liderança, pela primeira vez neste campeonato brasileiro, que já está quase terminando.
Desde que eu era moleque de arquibancada e não perdia um jogo, sempre ouvi esta história: a torcida do São Paulo só aparece em final de campeonato quando o time está jogando bem e tem chance de ser campeão.
É o meu caso agora. Tinha desistido de escrever aqui sobre o meu time que vinha jogando um futebolzinho tão mequetrefe que dava até raiva de ver mesmo quando ganhava.
Aos trancos e barrancos, o São Paulo foi chegando ao G-4. O próprio Muricy reconheceu singelamente outro dia, quando um repórter lhe perguntou antes do jogo porque o Morumbi estava semi-deserto: “Porque não estamos jogando bem. No dia em que o time voltar a jogar bola, a torcida volta”.
Foi o que aconteceu nesta tarde de domingo: além de marcar bem como sempre, o São Paulo saiu com rapidez para o ataque, abriu o jogo pelas laterais, com Zé Luis e Dagoberto pela direta, Jorge Wagner e Hugo pela esquerda, fez três gols bonitos, colocou duas bolas na trave e não deu nenhuma chance para o adversário.
A apenas cinco rodadas do final, o São Paulo tem jogos mais fáceis teoricamente do que seus adversários diretos na disputa do título: Palmeiras, Gremio, Cruzeiro e Flamengo.
Como é a vida: depois da diretoria pisar na bola no começo do ano, ao contratar meia dúzia de bad-boys por empréstimo, Muricy trouxe de volta Hugo, que estava encostado e é o artilheiro do time, arrumou-se com o que tinha, e agora o São Paulo corre o risco de se tornar o primeiro tricampeão (em anos seguidos) e o primeiro hexacampeão (no total de títulos brasileiros).
Valeu a espera. Muricy, mais uma vez, tinha razão. O São Paulo virou um cavalo paraguaio ao contrário
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