Músicas do mundo

“Tem algumas músicas que não adianta, em rádios e mídias convencionais, no Brasil, não tocam, algumas pessoas por si só não buscam, aí precisa de um maluco como eu, para fazer esse meio de campo, esse material aparecer.”. “O maluco” em questão é o jornalista por profissão e curioso por natureza Chico Alves, amante da World Music e que, agora, lança programa de rádio em seu site, o Outro Mundo FM. Aliás, só para esclarecer, ele afirmou não gostar do termo “World Music” para designar esse estilo musical. “O termo World Music é americano, justamente para nomear um estilo que vai além do pop-rock americano e inglês.”.

A paixão de Alves começou na adolescência e, desde então, ele vem colecionando milhares de álbuns de todos os cantos do planeta. Há, aproximadamente, dois anos, resolveu abrir o armário, bater a poeira de seu acervo e criou um podcast, uma seleção de músicas on line que chega, através de RSS, automaticamente para todos os seus assinantes, número que hoje ultrapassa os 25 mil.

Com o crescente número de pessoas sintonizadas e, consequentemente, de interação com o autor, Alves viu a necessidade de profissionalizar um pouco sua “brincadeira” e lançou seu rádio show, que, além das músicas de muito bom gosto, conta também com entrevistas e curiosidades sobre os músicos. Junto com o rádio show veio também o blog, que resume os destaques do programa. Na estreia, por exemplo, quem gravou a entrevista foi Marcelo Yuka e no segundo, que estará disponível no site na última semana, o convidado será nosso ilustre colaborador, o jornalista e guitarrista (ou guitarrista e jornalista?), Luiz Chagas. Com o aumento do trabalho, vieram amigos que também partilham desse hobby, como os locutores Sílvio Vasconcelos e Valéria Marques, e o fotógrafo e artista plástico Pedro Agilson, que ajudou montando do design gráfico do site, além dos milhares de ouvintes que dão dicas e sugestões frequentemente.

Apesar de seu interesse em difundir estilos e sonoridades pouco explorados, principalmente no Brasil, o jornalista sabe que sua cruzada não é nada fácil. “É até engraçado, quando se fala em música internacional, o brasileiro não consegue se desvencilhar daquela coisa de Estados Unidos e Inglaterra. Acho que o brasileiro é mais fechado nessas duas vertentes musicais que os próprios ingleses e americanos, que costumam ser mais ecléticos musicalmente. E hoje a gente tem a Internet, é muito fácil ir atrás de novidades”. “, analisou.

Sobre o futuro do projeto e possíveis anunciantes em seu espaço virtual, Alves prefere manter a cautela: “Ainda é um hobby… Na verdade, é muito mais, é uma paixão! Minha mulher costuma falar que eu até sou meio doente. Mas não sei se está na hora de o ouvinte brasileiro aprender a gostar desse estilo de música descentralizada e que não segue os padrões. Apesar disso, eu acho que a tendência é a World Music só crescer.”. Vamos esperar… ou melhor, vamos escutar!


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