Foto Aog Rocha
Um mutirão de cirurgias reconstrutoras que começa nesta sexta-feira, dia 11, no Amapá, irá beneficiar aproximadamente 60 mulheres, homens e crianças vítimas de escalpelamento. Ao todo, 41 voluntários, entre cirurgiões, residentes e anestesistas, participam da ação, que vai até este sábado, em três salas do Hospital de Clínicas Alberto Lima e em quatro do Hospital São Camilo, na capital Macapá.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Luciano Ornelas Chaves, explica que o escalpelamento é uma lesão considerada grave porque as vítimas têm o couro cabeludo, as orelhas e outras partes do rosto arrancados total ou parcialmente. Os acidentes acontecem em embarcações artesanais que têm o motor descoberto e localizado no centro para ajudar no equilíbrio. Quando mulheres, homens ou crianças de cabelos longos se abaixam para tirar água do fundo do barco, os fios se enroscam no eixo e ocorrem as mutilações.
“Sem dúvida é um grave problema não só no Amapá, mas em toda a região amazônica”, disse. É a primeira vez que o Estado recebe um mutirão de cirurgias reparadoras desse tipo. A estimativa é que, apenas no Amapá, 120 pessoas tenham sido escalpeladas e aguardem tratamento.
As cirurgias são feitas em duas etapas. Na primeira, é colocada uma prótese expansora do couro cabeludo. Sessenta dias depois, a equipe de voluntários deverá retornar ao Estado para fazer a retirada da prótese.
No ano passado, um mutirão semelhante atendeu 40 pacientes escalpelados no Pará, que já registrou cinco acidentes apenas entre janeiro e fevereiro deste ano.
Agência Brasil
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