TERESINA(PI) – É muito bom poder viajar de vez em quando pelo Brasil, mesmo que seja a trabalho, para ver como anda a vida fora do nosso mundinho paulistano e descobrir coisas novas.
Na mesma semana em que fiquei impressionado com o barulho no Ceará, onde tudo mundo está correndo o risco de ficar surdo com “paredões”, aquelas caixas de som instaladas nos carros para tocar forró no último volume, fiquei encantado com a vida calma, o trânsito civilizado e as ruas muito bem arborizadas da pequena e bela Teresina, capital do Piauí, já com seus 800 mil habitantes.
Seu povo sempre foi muito hospitaleiro, mas pensei que, com o crescimento econômico que chegou forte por aqui, Teresina poderia perder este seu encanto de parecer capital e cidade do interior ao mesmo tempo. Pois foi uma bela surpresa rever esta cidade do nordeste, onde já estive muitas vezes, e sempre saí com boas lembranças.
O calor continua o mesmo, o bafo quente que baqueia o forasteiro logo ao descer do avião, mas as sombras se alastraram por toda parte, sob os frondosos oitis e as mangueiras que se multiplicam por toda parte.
Teresina está muito bem cuidada, limpa, com uma vida noturna bem movimentada. O melhor de tudo é que nesta cidade ainda se consegue conversar: há dois anos, foi criada a Delegacia do Silêncio. Aqui, ao contrário de outras capitais, o barulho ensurdecedor dos “paredões” é combatido pela polícia. Motoristas são multados e os carros apreendidos quando não respeitam as normas de silêncio após as dez da noite.
Num final de tarde, na varanda do quarto do hotel, reparei que no centro velho da cidade ainda se pode ver os telhados do casario antigo, semi-encobertos pelas árvores, resistindo aos prédios que também já comecem a avançar na paisagem urbana.
Estou esperando o vôo para Recife, de onde volto a escrever amanhã. Bom fim de semana a todos.
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