Na câmara com Pereio

Surpresa número 1: Pereio chega ao encontro na hora marcada.
Surpresa número 2: anuncia sua estreia na política.
Surpresa número 3: a sua plataforma está pronta.

Eu fui convidado para ser candidato a vereador em 2012. Como pré-candidato a vereador, postulo desde já que a abertura da Copa do Mundo seja na minha cidade, a cidade de São Paulo, a cidade que eu escolhi para ser minha, apesar de ter nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul. Diplomado em 2012, na Câmara Municipal vou lutar por essa ideia, mesmo que a Fifa nos contrarie.”

Paulo César Pereio, que nasceu gaúcho e se projetou no Rio de Janeiro, se propõe até a liderar um movimento de massa: “Eu acho que nós temos de fazer desde já uma campanha séria para a cidade mais importante do Brasil e uma das mais importantes do mundo abrir a Copa. São Paulo é a capital mundial do futebol”.
Um gaiato se aproxima, contesta Pereio: “Olha, sou teu fã. Mas tu não concorda que o Rio é o cartão-postal do Brasil?”.

Surpresa número 4: Pereio não se abala. “O jogo inaugural da Copa tem de ser em São Paulo, porque São Paulo é o centro nervoso da América Latina, o terceiro orçamento do País. O primeiro é o Brasil, o segundo é o Estado de São Paulo, o terceiro é a cidade de São Paulo. A cidade de São Paulo é mais importante que o Estado do Rio de Janeiro, que o Estado de Minas, que o Estado do Rio Grande do Sul.”

“Mas eu já ouvi que essa Copa vai custar uma nota preta.”

“Eu acho que a Copa vai ser cara para o Brasil”, concorda Pereio. “Mas vai melhorar muitas coisas, o transporte, por exemplo. Tem gente aqui em São Paulo que leva cinco horas indo de casa para o trabalho e ainda tem de trabalhar oito horas para garantir seu sustento. O automóvel serve para sentar e não para andar. A velocidade média do automóvel é a mesma do pedestre: 7 km/h. O carro de boi faz 17.”

“Não sei, não”, diz o gaiato. “Será que vai ser vantajoso?”

“Há um fato consumado: a Copa vai ser aqui em 2014. Depois a gente vai ver se foi vantajoso. Eu acho que vai ser vantajoso depois da Copa. E não durante. A gente vai ter de fazer um investimento. Ninguém pode ser contra. Vai ser bom. A gente vai crescer.”


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