Na final da Copa São Paulo, o melhor do nosso futebol

E o São Paulo é campeão invicto da Copinha: 3 a 0 nos penaltis, depois de um empate de 1 a 1 no tempo normal.

Foi tão sofrido que o choro sentido do jovem e corajoso técnico Sergio Baresi ao comemorar o título acabou sendo a melhor imagem de um futebol com garra, talento e vergonha na cara de uma molecada que não joga só por dinheiro, mas ainda tem amor à camisa.

O garoto herói Richard pegou três penaltis, Ronieli fez um gol de placa, já no final da partida, e a torcida tricolor pode novamente sentir orgulho ao sair pela rua com a sua camisa.

Há esperanças. Sorte de quem acordou cedo neste aniversário da cidade de São Paulo para ver um dos mais belos e emocionantes jogos de futebol dos últimos tempos. Dribles, ousadia, chutes de qualquer distância – os dois times procurando o ataque do primeiro ao último minuto de jogo, a decisão nos penaltis, teve de tudo. A meninada do Santos e do São Paulo mostrou na final da Copa São Paulo, no Pacaembu, o melhor do nosso futebol.

O Santos saiu na frente, aos 18 minutos, com uma tabelinha que lembrou Pelé e Coutinho, entre Alan Patrick, um craque com a camisa 10, e Renan Mota, que tocou na saída do goleiro. Dirigido pelo ex-zagueiro Narciso, o Santos não recuou, continuou no ataque com um futebol rápido e liso, assustando o São Paulo, que não conseguia repetir as atuações anteriores. Em campanha memorável, o time chegou à final depois de vencer sete partidas em sete jogos, com cinco goleadas, marcar 28 gols e sofrer apenas dois.

Seria uma grande injustiça não levar pela terceira vez o caneco da Copinha para o Morumbi, mas só aos 40 minutos do segundo tempo Ronieli acertou um inacreditável chute de fora da área, empatando o jogo, ao bater de primeira no angulo, sem chances para o bom goleiro Rafael.

O São Paulo ainda teve várias chances para decidir o título no tempo normal, mas aí foi a vez do goleiro Richard defender três penaltis seguidos, mostrando que também tem condições de ser promovido para o time principal, junto com o zagueiro e capitão Bruno Uvini, o lateral esquerdo Felipe, o volnte Casemiro, os meias Marcelinho e Jefferson, os atacantes Ronieli e Lucas Gaúcho, artilheiro do campeonato com nove gols.

Mas a diretoria ainda prefere pagar uma fortuna para Washington e companhia dar caneladas na bola, e investir em jogadores no final de carreira, sem dar chance aos garotos, fazer o quê? Já escrevi aqui e repito: tem que abrir vaga logo para estes meninos no time principal, antes que eles também resolvam ir embora do Morumbi, junto com Oscar, Diogo e Lucas, outros jovens brilhantes revelados pelo São Paulo, que denunciaram o clube na Justiça.

É só trocar o time master pelo juvenil, a turma do CT de Cotia pela turma do CT da Barra Funda, com uns dois ou três reforços dos veteranos, e promover o Sergio Baresi, que ainda teremos muitas alegrias este ano. Pelo menos, poderíamos nos divertir mais, gastando bem menos.

Em tempo:

Os leitores que escreveram ao Balaio criticando uma grave omissão minha no texto acima têm toda razão. Fiquei tão empolgado com a vitória do São Paulo nos penaltis que esqueci de falar de um lance capital do jogo: a falta violenta do goleiro Richard em Renan Mota, que merecia cartão vermelho. Se ele tivesse sido expulso, como deveria, a história do jogo poderia ter sido outra. Perdão, leitores.


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