Na onda das cafeteiras

Mesmo os olfatos não treinados para distinguir “notas de caramelo” ou “toques de amêndoas” – dentre outras nuances que só os especialistas identificam – são capazes de reconhecer a qualidade da fragrância que exala do Café Arábia.

Instalada no número 73 da Praça Vilaboim, situada no bairro nobre de Higienópolis, em São Paulo, a cafeteria, inaugurada dia 13 de setembro, é a mais nova casa paulistana que tem no café gourmet um grande atrativo – uma febre que empolga os principais centros urbanos brasileiros.
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“O projeto nasceu no começo do ano, quando organizamos o serviço de restaurante da exposição SP-Arte, realizada no Pavilhão da Bienal. Ficamos, eu e minha mulher, tão impressionados com a aceitação do café que foi servido, que decidimos investir nessa frente”, conta Sergio Kuczynski, proprietário de outros dois restaurantes em São Paulo, dentre eles o renomado Arábia.

O sucesso do empreendimento pode ser medido em xícaras. “Servimos mais de 800 cafés na primeira semana de atividade”, diz ele, que compara o mercado de cafés com o de vinhos. “O café está vivendo o mesmo boom que o vinho está experimentando. Pelo menos um produtor de café de qualidade me visita por dia, oferecendo seu produto”, diz Sergio, que mantém acordo de fornecimento com a Illy Café.

O potencial do mercado brasileiro atrai gigantes como a Starbucks, a maior rede de cafés do mundo, com mais de 12 mil casas espalhadas por 38 países. Fundada na década de 1970, a Starbucks mudou o perfil de consumo dos norte-americanos, difundindo um novo conceito, baseado na qualidade da bebida, no conforto das instalações e na oferta de serviços como acesso à internet e leitura de jornais e revistas. A rede já conta com quatro lojas no Brasil, disputando espaço com cadeias como Fran’s Café, Café do Ponto e várias outras.

“O mercado brasileiro de cafés finos mal começou a engatinhar. O segmento deve crescer pelo menos 40% este ano”, diz Marcos Suplicy, que comanda a maior cadeia brasileira de cafeterias gourmets – a Suplicy Cafés Especiais. Com quatro casas, todas em São Paulo, a rede faturou R$ 4 milhões no ano passado.

Para mostrar o potencial de crescimento do consumo de cafés especiais no Brasil, Suplicy cita o histórico de aumento da demanda no mercado norte-americano, o maior do mundo. “O consumo de cafés gourmets, que era praticamente inexistente há 25 anos, cresceu mais de 20%. Hoje há mais de 30 mil casas que oferecem o produto nos Estados Unidos”, calcula.

“O brasileiro está aprendendo a tomar café”, concorda Ana Saad Jafet, que comanda as três casas da rede “Fazenda Café”, com o sócio e cafeicultor Eduardo Aranha. “Nossos clientes sabem o que pedir, degustam a bebida, sem pressa, e valorizam o espaço da cafeteria”, diz ela, que serve cerca de 350 expressos e drinques de café por dia.

“O consumidor brasileiro está mais exigente e sofisticado”, diz Vanessa Mills, gerente de marketing do Santo Grão, cafeteria com duas casas nos Jardins, na capital paulista. Um dos campeões de venda é o Cardinali, composto de licor à base de nata, licor de amêndoas, chocolate, chantili e café, é claro.

A RAINHA DO CAFÉ EM NOVA YORK
por Camila Viegas-Lee

Aos 13 anos, Kátia Santana ganhava seu primeiro título de rainha, ao vencer o concurso de beleza de Água Boa, cidade de 18 mil habitantes no nordeste de Minas Gerais. Três décadas mais tarde, Kátia conquistou outro título real: “rainha do café brasileiro”, comenda “conferida” pela New York Magazine.

O título é merecido. Kátia não apenas investiu na construção de uma torrefadora de café em Nova York, como dirige uma rede, a Brasil Coffee House, com duas lojas em Long Island City, uma em Manhattan e outra em Miami. Em março do ano que vem, Kátia pretende abrir mais uma filial em Miami Beach.

O café brasileiro será ainda mais conhecido em 2008, quando seu sistema de franquia deverá entrar em operação. “Mas quero, antes, conhecer bem os investidores para garantir que eles terão capacidade de manter a qualidade da marca.”

O café sempre foi sua paixão. Ela fala com a maior naturalidade sobre qualidade de grãos, tamanhos de peneira, moagens, torrefação, sabor, aroma, corpo, espuma e todos os tipos de máquina envolvidos no processo. A bebida mais popular é o cocomocha, pronunciado como “cocomóca” e feito de café gelado com coco.


Comments

Uma resposta para “Na onda das cafeteiras”

  1. Avatar de blog nacional
    blog nacional

    O problema é que as franquias com baixo investimento inicial são exatamente as franquias de empresas que não estão no seu auge, assim a empresa que mais tem garantia de retorno quase sempre pede investimentos milionários é por isso que o mercado evoluiu e existe novas opções como por exemplo os programas de afiliados, escreve um artigo sobre isso no meu blog franquias com baixo investimento
    Parabéns pelo blog e pelo artigo, vou assinar sua lista de email!!!

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