Em seu novo filme, o melhor de sua carreira, o que não é pouco, haja vista a quantidade de documentários que realizou (À Margem da Imagem, Mensageiras da Luz – Parteiras do Amazônia, Do Luto à Luta, À Margem do Concreto, Jardim Ângela, O Cinema dos Meus Olhos, Brigada Paraquedista, Sentidos à Flor da Pele, À Margem do Lixo, BR-3, a Peça e BR-3, o Documentário, Quebradeiras e Cinema de Guerrilha), o diretor coreografa a lente de sua câmera com o corpo dos bailarinos da Companhia de Dança de São Paulo, e consegue flagrar, na imagética transcendental desses corpos em movimento, a suspensão da vida.
Mocarzel sabe que corria um grande risco, por duas razões básicas: filmou algo que não é palatável no Brasil, a dança, e ainda acrescentou (nesse caso, tirou) quase que completamente as palavras, deixando apenas que os corpos e a música falassem. Mas, o resultado é não só plasticamente lindo de se ver, mas belo de se ouvir. Com esse filme, Mocarzel imprime um novo direcionamento em sua carreira promissora de documentarista e nos presenteia com um longa que silencia a nossa alma e transporta os nossos sentidos para outros lugares, outros planos.
Acontece hoje
Em seu terceiro dia, o Festival de Paulínia mostra na sua seleção competitiva os curtas Meu Avô e Eu, de Cauê Nunes, e Eu Não Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro. O destaque é o longa As Cartas Psicografadas por Chico Xavier, documentário de Cristiana Grumbach. A noite encerra com a exibição do terceiro longa em competição, Desenrola, de Rosane Svartman. Amanhã comentamos esses filmes. Até.
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