De volta ao plantão eleitoral, depois de ver as pesquisas de boca de urna, poderia escrever sobre mil cenários que se abriram para o segundo turno, mas prefiro falar de duas derrotas já confirmadas.
Minha candidata Manuela D´Ávila, do PC do B, com apoio do PPS, não deve ir para o segundo turno em Porto Alegre, segundo o Ibope, que deu quatro pontos de vantagem para Maria do Rosário, do PT.
Em São Paulo, torci bastante para a Soninha terminar à frente de Maluf, mas também não deu. O malvado Ibope deixou o ex-governador com 6 pontos, dois à frente da candidata do PPS.
Ao escrever esta sigla, ocorreu-me que ela pode ser a principal responsável pela derrota destas duas meninas que se destacaram no marasmo da eleição municipal.
O que representa o PPS hoje, quais segmentos sociais o apoiam, o que resta das bandeiras do antigo Partido Comunista Brasileiro? Restou apenas o triste espólio de uma longa história de lutas nas mãos do seu eterno presidente, Roberto Freire, uma espécie de Ricardo Teixeira da política.
Por falar nisso, o que Freire faz hoje na vida, além de dar entrevistas sempre que procuram alguém para falar mal do governo e tomar conta do seu partido, que fica menor a cada eleição?
Manuela era a grande novidade da eleição em Porto Alegre, o sangue novo que sempre dá vida a uma campanha eleitoral geralmente feita de nomes e caras conhecidas. Mas trouxe junto com ela, a reboque do PPS, como me alertaram dezenas de leitores, um balaio de apoiadores com o que há de pior na política gaúcha.
A ex-petista Soninha, que nem é tão menina assim, mas parece, com seu jeito jovial e simples de defender suas idéias e ideais_ quais são as idéias e ideais do PPS hoje? _ foi crescendo na campanha e, no final, correu para passar à frente de Maluf no quarto lugar, quase conseguindo.
Não deu desta vez, meninas, mas foi bom ver vocês duas disputando esta campanha com garra e beleza, que podem não ser fundamentais como dizia Vinicius, mas ajudam a aguentar o desfile de horrores do horário eleitoral e nos dão esperança de que um dia as coisas podem, sim, mudar para melhor.
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