Não é um festival, é uma festa da literatura

Em todos os cantos da belíssima Porto de Galinhas (PE) enxergamos um leitor. De crianças com seus 6 anos a idosos que escondem suas idades sob as fortes marcas do sol. As letras estão em toda parte. Em pequenas revistas de cordel, em jornais, em semanários, em revistas de reportagem mensais e em livros, muitos livros. Todos carregam algo para ler em seus breves momentos de folga. Foi sob o signo da leitura e da cultura do povo pernambucano que começou a Fliporto, a V Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas.
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Em um auditório lotado, cerca de 900 pessoas prestigiaram a abertura oficial do evento. Contando com a presença de personalidades da vida política e cultural de Pernambuco, o governador Eduardo Campos deu boas vindas para todos. Com a informalidade típica da região, falou que a Fliporto “tem se estabelecido como um dos principais eventos de discussão da integração da cultura brasileira, não só com seus vizinhos da América do Sul como com o restante do mundo”. A realidade dessas palavras é evidenciada na presença de representantes de nove países: Brasil, Uruguai, Chile, Colômbia, Venezuela, Canadá, Portugal, Espanha e Israel.

VÍDEO EXCLUSIVO: Papo com Ariano Suassuna

Pedro Serafin, prefeito de Ipojuca, cidade a qual pertence Porto de Galinhas, Roseli Bosquini, presidente da Câmara Brasileira do Livro, Mário Hélio Gomes, curador da Fliporto, Antonio Campos, idealizador da Fliporto e presidente do IMC (Instituto Maximiano Campos) também acentuaram o papel de integração realizado em umevento como esse. Em suas palavras, destacaram que o Congresso Literário deste ano busca o contato dinâmico entre escritores polivalentes com os mais variados meios de expressão, como a música, artes plásticas, cinema, TV e teatro.

Logo após a solenidade oficial, todos foram brindados com a ótima apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem, do Conservatório Pernambucano de Música. Interpretando Villa-Lobos, a orquestra fez notar essa multidisciplinaridade da escrita. A música falava, como uma narrativa literária, do que espera cada visitante nos dias do evento. Ariano Suassuna, sentando à frente da orquestra, comentava aos seus familiares sobre a importância dessa integração de todas as expressões culturais.

A noite continuou com a conferência ” Os espelhos de memória”, realizada por Eduardo Galeano e apresentada pelo escritor Cláudio Aguiar. Galeano sensibilizou a plateia ao destacar o totalitarismo perigoso de governos que tentam determinar como deve ser a vida privada.

Os irmãos Cuenca Morales, da Espanha, foram o fundo musical do coquetel que se seguiu. Nesse momento, o clima festivo e de total descontração do evento ficou evidente. Em longas e acaloradas conversas, cidadãos comuns eram vistos com seus escritores favoritos, entre eles Laurentino Gomes, o próprio Eduardo Galeano, Cláudio Aguiar, entre outros.

A Fliporto começa assim, sob a luz do luar que prateava todos os rostos contentes, com a certeza de que a cultura brasileira é rica e capaz de fornecer aos nossos vizinhos um grande banquete literário. E ainda com a vantagem de ser realizado em um dos mais lindos lugares do planeta.

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