Como são-paulino, claro que fiquei feliz porque meu time finalmente ganhou uma. Está certo que ganhamos com dois gols de bola parada contra um Cruzeiro que jogou pedrinha, no final de uma pelada grotesca, em que a bola foi maltratada como poucas vezes se viu no Morumbi desde que o estádio foi inaugurado faz 48 anos.
Mas não adianta se iludir, meu caro Muricy. Melhor do que ninguém você sabe que o time do São Paulo este ano é muito ruim e não adianta ficar o jogo inteiro gesticulando e blasfemando à beira do campo.
Eles até que se esforçam, correm o jogo todo atrás da bola, mas, quando a acham, não sabem o que fazer com ela. Não acertam um passe. Quando conseguem acertar dois, o que é raro, perdem a bola em seguida.
O time não tem meio de campo, faz ligação direta entre a defesa e o ataque, só sabe dar chutão. A defesa continua boa, é o ponto forte do time faz tempo, mas o resto Um time que depende do Borges para marcar gols, faça-me o favor, é porque não tem ataque _ e o artilheiro vive machucado.
O fato é que perdemos meio time de um ano para outro e a diretoria pisou na bola nas contratações que fez para 2008. Errou feio. Adriano, o único que deu certo, já foi embora.
Vamos falar a verdade: se continuar jogando desse jeito e, por um milagre, o São Paulo conquistar o tri este ano, isso só vai provar a mediocridade do futebol brasileiro nesta altura do campeonato.
Melhor é começar a pensar desde já em 2009, já que acertadamente a diretoria renovou o contrato do Muricy até o final do ano que vem. No começo do ano pensei que a culpa do mau futebol era dele, e até escrevi isso, mas estava errado. O elenco é que é ruim.
Muricy levou meses para ouvir os apelos da torcida e acabou deixando Richarlyson no banco, mas o fato é que o time é limitado, cheio de jogador meia boca, desses que batem cartão em campo, mas não inspiram ninguém a ver o jogo, muito menos a ir ao estádio. Às vezes dá até raiva ver esse São Paulo jogar.
Antes do jogo contra o Cruzeiro começar, quando perguntaram a Muricy o que ele achava da decepcionante torcida tricolor presente ao Morumbi, ele foi sincero. “A torcida só vai voltar ao estádio quando o time começar a jogar bem”.
Ainda não foi desta vez. Ganhamos no sufoco, mais uma vez graças aos zagueiros que foram para o ataque e marcaram os dois gols: o primeiro, com André Dias, escorando de cabeça o milésimo escanteio batido pelo Jorge Wagner, o segundo, numa falta bem cobrada pelo lateral Jeancarlos. E foi só.
Quem sabe não está na hora de lançar logo os bons juvenis revelados no Morumbi, como Sergio Motta e Oscar. O menino Jean não está dando muito certo? Então, vale a pena arriscar com os outros dois porque não dá mais para ver as jogadas “ensaiadas” de Dagoberto e André Lima, outra contratação equivocada.
A gente sempre sabe o que Dagoberto vai fazer: um drible, dois dribles, no terceiro perde a bola. Nos pés de André Lima, mesmo quando chega redonda, a bola vira um tijolo.
Muricy vai acabar ficando rouco ou tendo um enfarte de tanto gritar. Melhor é acertar esse time antes dele entrar em campo. Depois, como vimos hoje, mais uma vez, não adianta
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