Que tenha competência e sabedoria para administrar uma cidade fascinante do porte e das características adversas de São Paulo. E que saiba desviar das armadilhas. Foto: Hélio Campos Mello
Que tenha competência e sabedoria para administrar uma cidade fascinante do porte e das características adversas de São Paulo. E que saiba desviar das armadilhas. Foto: Hélio Campos Mello

 

Depois de passarem um ano paralisadas pela perplexidade perante a operação Lava Jato e atônitas com a falta de rumo do governo Dilma Rousseff, as chamadas forças democráticas retomaram seu espaço com a apresentação do documento dos professores universitários,“Impeachment, Legalidade e Democracia”, na Faculdade de Direito da USP. O documento, um ecumênico abaixo-assinado com quase nove mil assinaturas, entre elas as de Antonio Candido, Maria Victoria Benevides, Paulo Sérgio Pinheiro, Marilena Chauí, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Ennio Candotti, Dalmo Dallari, Alfredo Bosi, Boaventura de Sousa Santos, Carlos Lessa, Emilia Viotti, Fábio Konder Comparato, Francisco de Oliveira, Luiz Felipe de Alencastro, Maria da Conceição Tavares, Luiz Gonzaga Belluzzo, Otávio Velho, Paul Singer, Miguel Nicolelis, Roberto Schwarz e Walnice Nogueira Galvão, foi lançado na manhã do dia 16 de janeiro, na lotada Sala do Estudante, no icônico prédio do Largo São Francisco, em São Paulo.

Foi nas Arcadas, como o prédio é conhecido, que aconteceram manifestações no ano de 1977, dando início ao processo que culminou com a derrubada da ditadura militar.

A foto aqui mostra o ato público do dia 5 de maio de 1977. Os manifestantes saíram em passeata, depois do ato, e foram reprimidos pelas forças do coronel Erasmo Dias, logo adiante, no viaduto do Chá. Mas, para a ditadura, o estrago já estava feito. Ali começou uma lenta e gradual agonia que culminou com a eleição de Tancredo Neves, a posse de José Sarney, em 1985, e a Constituição de 1988. É a ela que se refere trecho do documento dos professores lançado agora em janeiro de 2016:

O processo de impeachment tampouco pode tramitar sem que o procedimento a ser seguido seja inteiramente conhecido pela sociedade brasileira, passo a passo. Um novo teste para a democracia consistirá, assim, em protegê-lo de lances obscuros ou de manobras duvidosas, cabendo ao Supremo Tribunal Federal aclarar e acompanhar, em respeito à Constituição, todas as etapas e minúcias envolvidas

A revista Brasileiros não poupa a hipocrisia e o oportunismo demonstrados pela oposição, não poupa aqueles que ajudam a disseminar esse estranho e preocupante ódio com o qual hoje temos que conviver. O mais recente exemplo foi a agressão contra Chico Buarque na porta de um restaurante no Rio. Também não poupamos os erros cometidos por este governo, que não foram poucos. A Brasileiros apoia a iniciativa dos professores, e de seu documento ressaltamos mais este trecho:

É inegável que vivemos uma profunda crise, mas acreditamos que a melhor forma de enfrentá-la é com o aprofundamento da democracia e da transparência, com respeito irrestrito à legalidade.

O que está em jogo agora são a democracia, o Estado de Direito e a República, nada menos. Acompanharemos tudo com olhos vigilantes e esperamos que, ao final do processo, a presidente da República possa terminar seu mandato.

E acrescentamos, nós da Brasileiros, os nossos votos para que a presidenta termine seu mandato. E de maneira diferente de como começou, com mais competência e mais coerência. O País necessita.

Para este ano de 2016 que começa, o que desejamos a todos nós Brasileiros é boa sorte.

 


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