Mesmo sem formação universitária, aos 26 anos Luciano Queiroz Miranda já era gerente da Tony, loja especializada em parafusos que resiste há 53 na região de Pinheiros, em São Paulo. Quando começou o curso de administração, portanto, incentivado pelo dono do estabelecimento, ele já sabia, através da prática, muito do que lhe era ensinado de modo teórico na sala de aula. Pois Luciano, 35, começou na loja com 15 anos, como office boy e atendente de balcão, e logo virou um especialista na área. “Tudo tem parafuso: essa cadeira, teu carro, tudo. A gente diz que o mundo está parafusado”, brinca.
Mas mesmo em um mundo “parafusado”, não foi fácil para a Tony sobreviver ao longo das décadas, dada a concorrência crescente de grandes lojas de construção e de materiais. E a solução passou por dois caminhos. Primeiro, administrativo, explica Luciano, que cursa agora pós-graduação em gestão estratégica, econômica, financeira e contábil: “Tivemos que cortar custos e enxugar o número de funcionários. Mas agora estabilizou, e a tendência é melhorar”, diz ele. Depois, não deixar de ter o estoque mais completo de São Paulo, como diz o logo da loja. “O cliente quer resolver tudo em um lugar só. Então trabalhamos com uns quatro mil itens. Tem uns que devem estar lá há uns 50 anos, ninguém compra. Mas fica lá, é sempre bom ter!”, conclui.
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