A conturbada relação entre a seleção brasileira e a sua torcida ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira de feriado. O jogo contra a África do Sul mal havia começado quando os torcedores do Morumbi entoaram os primeiros gritos de “Luis Fabiano”, atacante do São Paulo que não está entre os convocados de Mano Menezes. A vitória por 1 a 0 (gol de Hulk) em cima do fraco time africano não serviu para melhorar a imagem da seleção com seu torcedor.
Com um futebol pouco empolgante, o criticado time não conseguiu dobrar a desconfiança da torcida, que vaiou a seleção em boa parte do jogo. Os percalços do jogo começaram ainda antes do apito, quando a seleção teve que trocar seu tradicional uniforme canarinho pela segunda camisa, azul. A confusão aconteceu pois o time da África do Sul utilizou seu uniforme verde com detalhes em amarelo.
Não bastasse a demora para providenciar e trocar os uniformes de todos os jogadores da seleção, o árbitro argentino Nestor Pitana também solicitou que o capitão David Luiz – que substitui o lesionado Thiago Silva no posto – trocasse sua faixa de cor azul, alegando ser imperceptível junto ao uniforme. A solução encontrada pelos roupeiros foi de improvisar uma faixa com esparadrapo.
As confusões que aconteceram antes do jogo serviram como uma premonição para a péssima partida que se seguiu. Muito hostilizados pela torcida, Mano e seu time não conseguiram impor seu ritmo de jogo e foram facilmente marcados pelos africanos. O time adversário chegou a levar grande perigo aos 11 minutos, quando o goleiro Diego Alves salvou uma bola chutada por Gaxa, que havia tabelado com um companheiro e ficado de cara para o gol.
A resposta da seleção veio aos 16, quando Neymar bateu falta para a área e o zagueiro Dedé cabeceou firme. Bem colocado, o goleiro Khune defendeu. O primeiro tempo prosseguiu sem grandes lances, o que irritou a torcida, que chegaram a entoar o coro de “Adeus, Mano”. Aos 42, Neymar deu um bom chute ao gol, mas Khune salvou mais uma vez.
Pressionados, os jogadores brasileiros voltaram ao segundo tempo e sofreram um susto logo no começo. Aos 5, a África do Sul fez boa infiltração na área de Diego Alves, mas antes que o cruzamento de Parker chegasse ao atacante a bola foi mandada para fora por Dedé. O Brasil apostava no talento do quarteto ofensivo formado por Oscar, Neymar, Lucas e Damião, mas a boa marcação africana e a falta de inspiração dos craques impediam que o placar fosse inaugurado.
Foi o grande craque da seleção brasileira que mais uma vez levou perigo ao gol. Com belo chute de falta aos 25, Neymar ficou próximo de marcar, mas Khune estava lá mais uma vez para impedir a glória do selecionado brasileiro. Pouco antes, Mano havia sacado Damião para a entrada de Hulk. Recentemente vendido ao Zenit, da Rússia, pelo estrondoso valor de R$ 141 milhões, o atacante salvou a partida e aliviou parte da pressão que caia nos ombros da seleção.
Depois de chute de David Luiz espalmada por Khune, o rebote ficou para Hulk, que não titubeou e mandou a bola para dentro das redes. Era o 1 a 0 que o Brasil precisava. Dali pra frente, o time apenas segurou o resultado, e mais uma vez deixou o campo vaiada com a exigente e insatisfeita torcida. Agora, a seleção viaja para Recife, onde enfrenta a China na próxima terça-feira, dia 11. É a chance de mostrar um futebol mais vistoso e reconquistar a confiança do torcedor brasileiro.
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