Facebook, Google, Microsoft, Yahoo… Sabe o que essas gigantes têm em comum? O endereço. Todas elas estão fincadas no Vale do Silício, na Califórnia, região que pega desde São Francisco até São José e tem sua meca na cidade de Palo Alto, onde se encontra a Universidade de Stanford, uma das mais importantes do mundo. 

Os verbos de ordem por aqui são “pesquisar” “inovar” e “empreender”, não necessariamente nessa cronologia.

A Brasileiros veio conferir e participar desse ecossistema  para tentar relatar, de perto, como funciona a região que atraí mais de 30% do investimento nos Estados Unidos.

No primeiro capítulo da viagem, vale relatar nossa presença no Tech Crunch Disrupt, que aconteceu entre os dias 9 e 11 de setembro em São Francisco. O evento é considerado um dos maiores de startup do mundo, reunindo milhares de pessoas, entre empreendedores, aceleradoras, encubadoras e investidores-anjo. Já se perdeu? É, realmente esse não é o universo mais simples para o leitor desavisado, mas, simplificando, trata-se de um ambiente que facilita o encontro entre a ideia e o capital necessário para que essa empresa em desenvolvimento realmente alcance os objetivos a qual se propõe. 

Entre as startups, muitos aplicativos e softwares, alguns hardwares também. Educação, entretenimento, estilo de vida, viagens, mídia… Não existe discriminação de conteúdo ou de formato, o que vale é a inovação e o que ela vai significar para a empresa ou comunidade que pretende se inserir. 

São centenas de mesas espalhadas por um amplo galpão, em cada uma delas está um sonho, um negócio, um potencial grande serviço ou rede. Rodeando as apresentações, alguns engravatados em busca do “próximo Facebook” passam atentos no pitch, apresentações compactas e diretas dos CEO’s sobre seus produtos/serviços. Por aqui não existe papo furado ou conversa mole, tudo o que for falado pode e vai ser usado contra, ou a seu favor.

O Brasil também estava representado com um pavilhão dedicado exclusivamente as startups nacionais. Aliás, era o maior dos pavilhões internacionais e não se limitava apenas ao eixo Rio-São Paulo, tinha Minas Gerais, Florianópolis, Maceió… 

Entre algumas boas ideias da zona verde e amarela, vale citar o Cabe na Mala, que coloca em contato compradores com viajantes, para que esses tragam seus produtos, mais baratos lá fora, para o Brasil por meio de uma recompensa combinada, o emotion.me, que te ajuda de forma muito simples a planejar seu casamento, reunindo serviços em todo o País que vão de aluguel de carros até programação de lua de mel, o Blogo, aplicativo que deve ser relançado até o final do ano e que pretende simplificar muito a vida dos blogueiros, o Saída Certa, que promete acabar com as infernais filas das baladas, o GetNinjas, uma grande central online de free lancers, os famosos “biqueiros”, nos mais variados campos… Enfim, ideias boas não faltam!

O outro lado da moeda, ou melhor, o outro lado da nota de US$ 100, também participa do Tech Crunch Disrupt. No auditório onde, durante os três dias de evento, passam alguns dos maiores empreendedores do planeta, gente que, assim como grande parte dos espectadores, já foi um jovem com sua startup e hoje está montado em alguns milhões, as vezes até bilhões, de dólares.

Grande parte das palestras são voltadas para o lado empreendedor do negócio, como gerenciar uma boa ideia para que ela vire um bom negócio. Entre alguns dos nomes, Jeff Weiner, CEO do Linkedin, Dick Costolo, que ocupa o mesmo cargo mas no microblog Twitter, a musa do Vale do Silício Marisa Mayer, CEO do Yahoo…

No começo da tarde de quarta-feira começou uma certa agitação no auditório. Mark Zuckerberg, criador e CEO do Facebook, seria o próximo palestrante. Todas as cadeiras foram ocupadas, nem no chão mais se dava pra sentar, parece que ele é, de fato, a inspiração de boa parte de seus “colegas”, talvez pela transformação que fez em si mesmo, de um menino nerd e introvertido para um dos maiores CEO’s do planeta, talvez, simplesmente, pelo alcance que sua ideia conseguiu atingir… Descontraído, o jovem aparentemente simples, comemorou o fato de seu Facebook hoje aglomerar mais de 1 bilhão de usuários, um número assustadoramente absurdo, o que gera quase 700 milhões de acessos diários. Também foi corajoso, não fugiu quando perguntado sobre o que achou das espionagens feitas pelo governo americano. Mark se desculpou por algumas informações que acabaram sendo vazadas de dentro do sistema do Facebook e informou que está processando o governo por isso em nome de seus usuários. “É meu papel proteger nossos usuários e suas informações. O papel do governo é proteger nossa população e eles não fizeram isso”, analisou o todo poderoso.


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