Novas faixas de destroços do Airbus da Air France, que caiu no Atlântico Norte, pouco acima da linha de Equador, descobertas na quarta-feira, vão ser o foco das buscas integradas de três navios de guerra da Marinha e dos aviões da FAB, da França e dos EUA, a partir da madrugada da quinta-feira, dia 5. Os aviões Hércules, da FAB, e um Falcon francês, identificaram uma grande mancha de óleo com quase 20 km de extensão, e o que parecem ser pedaços da fuselagem e das asas do Airbus espalhadas em uma área de 200 km de extensão. Uma das áreas, a nordeste do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, já no Hemisfério Norte, no meio do Atlântico, está sendo vistoriada pelo navio-patrulha Grajaú. A segunda área, cerca de 180 km ao sul, está a cargo da corveta Caboclo. Com a chegada, prevista para as 6 horas da manhã da quinta-feira, da fragata Constituição, as buscas vão-se ampliar, a princípio abrangendo uma área com 200 km de raio, a partir do local onde foram detectados os primeiros sinais de destroço pelos aviões-radar da FAB.
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Segundo especialistas militares ouvidos pelo site da Brasileiros, as buscas pelos destroços serão totalmente integradas, com os aviões Hércules, o Falcon francês e um Orion P-3 dos EUA fazendo o reconhecimento aéreo nos vários setores de busca determinados, enquanto os navios da Marinha fazem a varredura no mar. Qualquer novo sinal de destroços será imediatamente comunicado aos navios, que concentrarão as buscas no setor. Como a fragata Constituição leva embarcado um helicópteroLynx, com raio de ação de cerca de 150 km, a rapidez na identificação e recolhimento dos destroços serão agilizados. Mais dois navios da Marinha, a fragata Bosísio e o navio-tanque Gastão Motta, já estão navegando rumo à área das buscas. A Bosísio chegará na manhã do sábado (dia 6), e o Gastão Motta no domingo. A presença do navio-tanque é fundamental para o reabastecimento, no mar, dos navios da Marinha, permitindo que as buscas sejam contínuas.
Na quarta-feira à noite, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou em entrevista coletiva, em Brasília, que não há nenhuma possibilidade de sobreviventes. Jobim disse que as buscas não têm prazo para terminar e que todo o material recolhido será entregue às autoridades francesas, responsáveis pelas investigações, porque a empresa dona do avião acidentado é sediada na França. Em resposta a uma pergunta sobre possível resgate de corpos das vítimas, Jobim disse que somente “os que estiverem com abdômen íntegro” poderão vir a flutuar, depois de dois a três dias do acidente. Corpos com grandes ferimentos, segundo o ministro, vão ao fundo. A França confirmou que trará um submarino especial, capaz de descer a grandes profundidades – a profundidade do mar na região fica entre dois a três mil metros – para tentar resgatar a caixa preta do Airbus. O submarino é o mesmo que encontrou os restos do Titanic no fundo do Atlântico Norte.
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