Num piscar de olhos

“Durante quatro dias, eu e minha esposa passeamos, saboreamos e fotografamos aquela cidade incrível. Essa foto das torres foi feita com filme TRI-X 400 ASA, eu só usava TRI-X, adorava o grão, e a câmera era uma Nikon N90s com a lente zoom 24-120 mm, eu ainda a tenho.” Esta é a descrição da foto que ilustra a abertura desta matéria feita pelo pai da obra, Cristiano Quintino. Como ele, os outros 21 fotógrafos que participam da exposição PIIOTOS, que acontece em setembro simultaneamente em São Paulo e Nova York, clicaram as Torres Gêmeas espontaneamente – e com primor.

Sob a curadoria do jornalista Fernando Costa Netto e patrocínio da Canon, a exposição reúne imagens feitas do WTC entre 1973, inauguração da Torre Sul, e 2001, ano dos ataques, de nomes como Bob Wolfenson, Paulo Vainer e Claudio Elisabetsky. “Estava no Lower East Side, hospedado na casa do Romeo, cabeleireiro e ‘rei’ de Miami, de onde eu fiz essa e tantas outras fotos do WTC. Era uma época legal”, diz Elisabetsky, que usou uma SX70. “Tudo ainda era sonho nos anos 1980 e, da mesma forma que um bom escritor não pode deixar de viajar para escrever linhas duradouras, era quase obrigação para um fotógrafo brasileiro passar uma temporada em Nova York”, conta Bob Wolfenson, que fotografou o hall do elevador que levava ao topo do prédio. “A luz de inverno entrava bonita lá no térreo. Olhando os slides, acho que fiz apenas um filme do WTC.” Todas as fotos da exposição contam com descrição, detalhes técnicos e memórias afetivas. E estão à venda.
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Entre as 22 obras, duas são pós-11 de Setembro. “A ideia era selecionar 20 fotos, mas apareceram duas posteriores a 2001, do Lufe Gomes e do Claudio Versiani, que complementam o trabalho”, afirma Fernando. A imagem de Lufe Gomes, de 2009, registra uma nuvem sobre o local “onde as torres deveriam estar”, como ele diz, que surgiu e desapareceu em uma fração de segundos. Já a de Cláudio Versiani, de 2004, foi feita à noite, do outro lado do rio Hudson, e mostra as torres de luz que simbolizavam o WTC. “A exposição é uma reverência da fotografia brasileira à cidade de Nova York, ao povo de Manhattan”, diz Fernando, que assina os textos com Lourival Sant’Anna.

» Espaço Soma rua fidalga, 98, vila madalena, são paulo. de 1 a 17 de setembro
» 1500 Gallery 511 west 25th street, west chelsea, Nova York. de 7 a 17 de setembro


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