O Carnaval já passou, mas a polícia ainda contabiliza as ocorrências que aconteceram durante o período. Os números mais significativos vem das rodovias do Estado de São Paulo, com uma redução de 41,5% no número de acidentes em relação ao ano passado, além também de um diminuição de 59% dos acidentados e 13% menos mortes.
Segundo dados da Polícia Militar, a “Operação Carnaval” foi muito bem planejada e executada, desde as campanhas de conscientização pré-feriado até as blitz e praças de fiscalização, montadas de forma mais intensa durante as festividades de fevereiro. A tenente Fabiana Pane ressaltou a recente mudança no código da Lei Seca, na qual ficou estabelecido que se uma autoridade de trânsito relatasse que o condutor estava aparentando embriaguez, isso seria considerado uma prova contra ele. “Não estamos mais a mercê da vontade do condutor, que antes se recusava a fazer o teste do bafômetro e facilmente escapava de sua punição”, comentou.
Sobre as fatalidades durante o Carnaval nas rodovias paulistas, 27 no total, a tenente afirmou que, em nenhum dos casos, foi constatado álcool no organismo dos motoristas. Porém, isso não significa, necessariamente, que o álcool não tenha feito vítimas no trânsito nas estradas de São Paulo durante o Carnaval. Das 27 vítimas, nove foram atropeladas perto de passarelas, o que pode indicar um grau etílico elevado nos pedestres e não nos condutores.
Apesar das estatísticas positivas em relação a 2012, Fabiana Pane lembra que os números estão longe de satisfatórios em relação a mistura de álcool e automóvel durante o Carnaval. A Tenente apontou outros 17 acidentes com vítimas leves e graves nos quais os motoristas envolvidos estavam embriagados. Se levados em consideração a quantidade de infrações no trânsito provocados pela bebida, o número sobe para 611, sendo que 138 deles acabaram sendo presos em flagrante. “A cultura festiva do carnaval intensifica a ingestão de álcool”, lamentou Fabiana.
O alto número de ocorrências pelo consumo de bebidas alcoólicas, mesmo que nenhuma delas fatais, faz com que a PM já, de antemão, comece a se preparar para o Carnaval de 2014, buscando estratégias para que as estatísticas baixem ainda mais. Fabiana Pane ressaltou o importante papel que a mídia tem nas campanhas de conscientização dos motoristas. “A gente, através da mídia, sempre bate na tecla de que, se a pessoa fizer a opção de consumir álcool, então é melhor não dirigir. Essa cultura precisa ser massificada”.
Ela também contou que as diversas medidas tomadas, tanto a Lei Seca, como a Operação Carnaval, foram estratégias pensadas após uma publicação da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2010, que impôs de maneira acertada, uma meta de redução de 50% nas mortes de trânsito até 2020. “Estamos atingindo essas metas, foi assim de 2010 para 2011 e de 2011 para 2012. Acho que a fiscalização mais rígida provocou uma automatização no motorista, quem vai no banco da frente já coloca o cinto sem nem pensar, por exemplo”, analisou a policial.
Que a fiscalização e o cerco fechado aos infratores contribui para a melhora da segurança, isso é uma certeza, mas Fabiana prefere acreditar que o principal motivo pela queda nas fatalidades, durante o carnaval ou não, se deve a outro motivo. “Conseguimos ver, nas nossas fiscalizações diárias, que muitos condutores estão realmente tentando rever suas atitudes, tentando rever seus conceitos no que diz respeito a seu papel no trânsito, como cidadão. Acho que isso já ajuda bastante”, terminou ela.
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