O assédio contra mulheres no Vale do Silício

Assédio sexual no Vale do Silício - Foto: EBC
Assédio sexual no Vale do Silício – Foto: EBC

Exemplo de modernidade, a indústria da tecnologia ainda se comporta como se estivesse na idade da pedra. Uma nova pesquisa endossa essa má fama: batizada de “Elefante no Vale”, a pesquisa detalha experiências de assédio sexual e moral, exclusão e tem como foco empresas do Vale do Silício. 

A pesquisa ouviu mais de 200 mulheres com carreiras que beiravam dez anos de experiência. Mais de 70% delas estão acima de 40 anos e 75% delas têm filhos. O resultado: 6 em cada dez mulheres já sofreram algum tipo de assédio.

Segundo suas co-autoras, a pesquisa foi inspirada pelo julgamento de Ellen Pao contra a KPCB, empresa onde trabalhou por sete anos. A companhia lhe negou promoções, excluiu de eventos e pediu que ela se sentasse ao fundo em reuniões. Pao, que chegou a ser CEO do Reddit, perdeu o caso.

Em entrevista ao site Recode, a coautora Trae Vassalo explica por que do título da pesquisa. “O elefante são aquelas mulheres que enfrentam uma série de preconceitos conscientes e inconscientes no local de trabalho, e queríamos obter os dados sobre as experiências que as mulheres enfrentam em público para uma conversa.” 

Algumas das mulheres que responderam o estudo trabalham atualmente para empresas como Google, Apple, assim como startups. Tais profissionais estão em altas posições, com um quarto dela sendo executivas sênior e 11 sendo fundadoras de companhias. 

Separamos alguns dos resultados extraídos da pesquisa, você pode ter acesso a ela na íntegra nesse link.

– 84% das mulheres foi dito que elas agiam de forma muito “agressiva” 

– 88% tinham clientes e colegas que direcionaram perguntas aos colegas homens quando deveriam ser direcionadas a elas 

– 66% das mulheres foram excluídas de oportunidades sociais e de networking por conta de seu gênero  

– 60% reportaram abordagens de cunho sexual não desejadas, dois terços delas vindo de superiores 

– 39% das que foram assediadas não fizeram nada por medo de retaliação 

– 47% das entrevistadas disseram que já lhe foram direcionados pedidos que estavam abaixo de seus papéis, como tomar notas ou pedir comida, algo que não era pedido ou esperado de seus colegas homens  

– 75% das mulheres foram perguntadas sobre vida familiar, crianças e status de relacionamento durante entrevistas 

A pesquisa “Elefante no Vale” também abre espaço para mulheres compartilharem suas histórias através do site. A autoria delas permanecerá anônima.


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