O barulho do vento nas árvores e a invasão de tucanos

Os mais comentados
Numa semana em que o noticiário no Brasil foi dominado pela crise em Honduras, os três assuntos mais comentados no Balaio, na Folha e na Veja trataram dos mais diferentes assuntos, como se pode verificar no ranking publicado abaixo:

Balaio
Olimpíada no Rio: 110
Autorregulação da imprensa: 104
A paisagem e a janela: 90

Folha
Honduras: 110
Toffoli: 62
Governo Lula: 52

Veja
Fernando Henrique Cardoso: 47
José Antonio Dias Toffoli no STF: 46
Açucar: 40

***

Neste belo domingo de sol, depois de tantos finais de semana de chuva e frio, acordei cedo para dar uma volta pelo sítio de Porangaba, onde havia tempos não ia. Desta vez, não levei o laptop e pude passar algumas horas agradáveis longe das notícias, sem ler nem escrever nada, só conversando e olhando a natureza.

O celular me fez o favor de também ficar quieto. Ali, no final da estradinha de terra, onde o mundo acaba, as novidades costumam ser poucas, mas bonitas.

O único barulho que ouvia era o do vento forte batento nas árvores, apesar do céu azul sem nuvens. Era muito parecido com o som que ouço vindo do movimento da maré quando estou em Toque Toque Pequeno. É difícil dizer qual o melhor para os ouvidos habituados aos barulhos de São Paulo.

Estava lá só reparando nessas coincidências de sons no campo e na praia, quando minha mulher me chamou a atenção para uma invasão de tucanos, cena que nunca tinha visto antes nestes trinta anos que frequento aquele lugar. Eram vários, espalhados pelas árvores, voando de galho em galho com o bico imponente, o colorido majestoso, lembrando mesmo seus similares humanos.

É o que dá ficar muito tempo sem ir ao sítio

Brincadeira à parte, para quem acompanha o Balaio há mais tempo, não tenho boas notícias. O nosso Zé Telles, caseiro que trabalha comigo desde que comprei o sítio, em 1979, não está nada bem. Continua muito deprimido. Contei o seu drama aqui no começo do ano, quando ele descobriu que o filho de um vizinho roubou algumas coisas do sítio.

Homem honesto até a medula, de princípios rígidos, Zé Telles ficou inconformado com a desfeita porque o menino ladrão foi criado junto com seus filhos e era de sua confiança. Nos últimos dias, ele nem dormiu direito porque guardou em sua casa o dinheiro da venda de três cabeças de gado que precisava me entregar. Só ficou aliviado quando se viu livre do dinheiro.

Hoje resolvi publicar esta singela notícia da vida na roça para atender aos leitores que me pedem para não tratar só de política e assuntos considerados “importantes” aqui no Balaio. Mas sei que muitos irão me perguntar o que eles têm a ver com isso, e eu já lhes respondo: nada.

É apenas para lembrar que a vida não é feita só de política, da eterna luta pelo poder aqui dentro e mundo afora, mas também de pequenos sons e sinais em que poderíamos prestar mais atenção.

Muricy verde vai para o tetra
Só para não dizerem que não falei de futebol neste domingo: não sei não, mas do jeito que as coisas andam, está difícil o Palmeiras perder este campeonato – contra a minha vontade, diga-se. Neste caso, Muricy conquistaria o quarto título consecutivo do Brasileirão, um feito inédito que nem o meu São Paulo alcançou até hoje.

Na hora da onça beber água, São Paulo e Internacional começaram a ratear e, a esta altura, é o consistente e regular time do Goiás a principal pedra no caminho de Palmeiras e Muricy. O Corinthians já caiu fora desta disputa, depois do empate contra o São Paulo, hoje à tarde no Morumbi.


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