Fonte de pesquisa de muitos profissionais, o café, planta originária da Etiópia, precisa de esforço e precisão para dar o melhor dele nas xícaras mundo afora.
Historicamente usado como remédio e de forma parecida com a do conhecido café turco, tinha propriedades muito eficazes contra a atordoante TPM das mulheres. Remédio ou não, essa bebida tão estimulante, hoje apresenta várias formas de extração.
O requinte aliado à técnica nos proporciona prazer puro. Segundo especialistas, o momento mais crítico do processo de produção é a torra e, acredite se quiser, a nossa não é a melhor cotada por aí. Por isso, experts – como a cafeóloga Isabela Raposeiras em seu Coffee Lab, na Vila Madalena, São Paulo – resolveram fazer, eles mesmos, o processo de torra. De acordo com a característica de cada grão, a torra se diferencia e o café passa de bebida corriqueira para uma expressão exultante.
Algo que nos priva de cafés considerados muito especiais é o fato de que, em terra brasilis, não podemos receber grãos crus de outros países e, por isso, ficamos reféns dos nossos, não menos bons, cafés para trabalhar a torra.
Países como a Dinamarca permitem a entrada de grãos crus do mundo todo e o resultado é uma deliciosa diversidade de cafés bem trabalhados.
Os métodos para fazer a bebida também mudaram e não se atêm somente ao coador ou expresso. Hoje, técnicas de extração, como Aero Press e Hario, seduzem os consumidores, pois propiciam cafés com muito leque aromático e acidez deliciosa.
Além dos cuidados na cadeia final de produção, como torra e preparo na xícara, produtores têm empregado técnicas de cultivo racionais de café. É o caso do produtor Henrique Sloper Araújo, que trabalha de maneira biodinâmica para nos presentear com o belo café Camocim, 100% brasileiro.
Se você, caro leitor, quiser testar essas boas novidades, corra para um dos vários bares de café da cidade, mesmo que seja somente para um simples cafezinho.
*Graduada em Gastronomia, com especialização em Enogastronomia, e maître-sommelier dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, em São Paulo.
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