Meus caros, ninguém pediu minha opinião, mas, se eu fosse Gloria Perez, Raj correria atrás de Maya, e a perdoaria, e os dois viveriam felizes para sempre, cobrando de Bahuan uma pensão alimentícia para o filho, que, no final das contas, é dele. Para mim, Rodrigo Lombardi tem muito mais testosterona que Márcio Garcia. Shankar pegaria o chicote das mãos de seu filho Opash, e lhe aplicaria uma bela surra, por ser tão chato. Tarso apresentaria queixa crime contra Melissa, por assédio moral, mas ficaria com os todos os cremes dela, a título de perdas e danos. Último capítulo de novela é ótimo. Só tem uma coisa: Caminho das Índias não é Índia!
Já fui à Índia várias vezes, e estudei muito sua cultura e filosofia. Conhecendo a Índia, e com ela sempre em meu coração, eu me tornei uma pessoa muito mais feliz, e adoro compartilhar isso com todos. A primeira, e mais urgente lição, é alertar a todos de que a novela é um mero folhetim. Onde estão os muçulmanos, os budistas, os Sikhs, e mesmo os católicos, que também formam aquela sociedade? Tenho vários amigos muçulmanos e sikhs na Índia, e nós temos muito mais em comum do que eu com muitos brasileiros. Só que a novela ignorou as outras religiões da Índia. Gloria Perez fala da Índia do século XIX, não pensem que é assim agora.
Sim, existem dalits, os intocáveis, mas a novela não conta que eles formam hoje uma poderosa força política, no Congresso Nacional Indiano e nos estados. Um dalit já foi Presidente da Índia, e o poderoso Estado de Uttar Pradesh, o mais populoso da Índia, é governado por uma mulher – dalit, e solteira. O Primeiro Ministro indiano é Sikh, minoria religiosa da qual quase nada se falou na novela, é considerado um dos chefes de estado mais capacitados do mundo. Com todo respeito, Lula não chega nem aos pés dele.
Não se vê, na Índia, nada parecido com a brutal violência urbana que temos no Brasil. Lá, perigo na rua ainda é batedor de carteira, e olha que eles têm 1,1 bilhão de habitantes, centenas de milhões deles vivendo abaixo da linha de pobreza. Com todas as adversidades que nunca tentou esconder, a Índia cresce a taxas de cerca de 8% ao ano, e, de fabricante de rádios de pilha, em menos de 20 anos tornou-se a maior potência em software e tecnologia de informação da atualidade.
São quase 6 mil anos de civilização ininterrupta. Eles chegaram à independência, em 1947, seguindo o princípio da não violência, pregado por aquele que é considerado um dos maiores homens de toda a história da humanidade, Mahatma Gandhi. Ele foi o “pai” da nação indiana, pois derrotou o poderoso Império Britânico com sua força moral, e conseguiu a independência, evitando um banho de sangue. A novela obliterou este maravilhoso exemplo, da Índia para o mundo, mas botou mulher casando com bananeira! Gloria Perez, que soube utilizar novelas para abordar, maravilhosamente, os temas das drogas e da esquizofrenia, poderia ter feito melhor. Novela é ficção, é para divertir, mas pode, e precisa, ajudar a educar!
Na Índia, os homens andam de mãos dadas na rua, e isso é uma simples demonstração social de amizade, não tem a conotação que tem aqui. Lembram de meu post do último dia 2? Mas em termos de direitos dos homossexuais, lá a coisa ainda é pior do que no Brasil. Só recentemente, a Suprema Corte julgou inconstitucional a lei que criminalizava os atos homossexuais. Neste ponto, a Índia e a Rede Globo são iguais, os dois preferem ignorar o homossexualismo.
E vocês? Acreditam no que veem nas novelas? Acham que elas são educativas e contribuem positivamente para nossa sociedade?
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