No dia seguinte ao golpe militar, em 1º de abril de 1964, o jovem Silvio Tendler, na época com 14 anos de idade, estava saindo de um cinema em Copacabana, a caminho de casa, quando escutou a gritaria do povo nas ruas por causa da “fuga” de João Goulart, que tinha deixado Brasília. Nos prédios de classe média, o jovem Silvio via a comemoração das pessoas nas janelas, enquanto os porteiros e o povo humilde mostravam-se tristes nas ruas. A partir daí, o jovem de família judia de classe média carioca teve a noção da luta de classes no País que passava a ser apresentado a ele. A família o queria advogado, mas ele decidiu virar um cineasta “maldito” e foi atrás do seu ofício, primeiro participando de cineclubes, que pipocavam pela cidade nos anos 1960, depois trabalhando na documentação de personalidades e assuntos ligados à política e à cultura. “Eu que tinha medo de pegar em arma, e não poderia ser um guerrilheiro, decidi pegar uma câmara e documentar o País e suas histórias”, nos confessou, no início da entrevista exclusiva para o site da Brasileiros.Com seu novo filme, Tancredo, a Travessia, Tendler encerra a trilogia dos presidentes que tiveram os sonhos interrompidos. Os outros dois longas são sobre Juscelino Kubitschek (1902-1976) e João Goulart (1919-1976). No novo, que concorre dentro da competição brasileira do Festival É Tudo Verdade, Tendler reconstrói, com imagens de época, fotografias e depoimentos, a trajetória política do mineiro Tancredo Neves (1910-1985), que comoveu todo o País ao morrer antes de assumir a presidência da República, em 1985. Participante atuante do movimento das Diretas Já, Tancredo foi um político que fez da negociação sua arma de sobrevivência como político, passado pelos governos de Getúlio Vargas, João Goulart e por toda a ditadura militar, sem nunca interromper sua carreira política. O objetivo do diretor foi recuperar essa trajetória, colocando o político Tancredo Neves no lugar merecido, sem questionar as contradições das escolhas que ele teve de fazer para seguir sua carreira política. Apesar da escolha, o filme de Silvio Tendler é competente e emociona ao recompor uma das páginas mais bonitas da história política recente brasileira e também relembrar um dos seus homens públicos mais estimados do País.Brasileiros – O filme Tancredo Neves, a Travessia seria lançado nos cinemas no ano passado, em plena campanha eleitoral para a presidência da República, e já estava sendo acusado de peça publicitária para a candidatura do José Serra. Por que você não lançou em 2010?Silvio Tendler – Deixa eu te falar a verdade e ser fiel à história. Eu sei quando começo um filme, mas não sei quando ele ficará pronto. Isso é uma coisa que acontece em todos. Quando fiz o JK (Os Anos JK – Uma trajetória política, em 1980), que comecei em 1976, e teve o “Pacote de Abril”, em 1977. As pessoas me cobravam para colocar o “Pacote de Abril” no filme e poder influenciar as eleições de 1978. Eu sabia que jamais ficaria pronto em 1978, pois um filme desse demanda mais tempo. Por preguiça, dizia: “Não, tudo bem”. O filme ficou pronto em 1980, quando achei que devia botar o ponto final. Em 1981, eu comecei a fazer o filme sobre Jango (Jango, de 1984) e todo mundo tinha perspectiva de que ficasse pronto para as eleições de 1982. Eu sabia que, naquele ano, não faria uma empreitada daquela, mas também não falava que não ia ficar pronto, porque não tenho de ficar explicando quando o filme tem de acabar. Em 1982, quando ficou pronto, metade das pessoas me acusava de não ter preparado o filme para prejudicar o Brizola, que era candidato ao governo do Rio de Janeiro. A outra metade me dizia que não lancei o filme para proteger o Brizola, entendeu a loucura? Eu não fiz o filme nem pró nem contra o Brizola. Não fiz JK para dar resposta ao “Pacote de Abril”. Não fiz Jango para proteger ou caluniar Brizola, fiz porque queria contar a história do presidente João Goulart. O filme ficou pronto em 1984 e, coincidentemente, era o ano da campanha pelas Diretas, e pronto. Também foi uma coincidência. Não sou mago para saber se um filme que começa em 1981, teria de ficar pronto em 1984, porque viria uma campanha pelas Diretas e que ele faria parte do corpo principal daquela campanha para poder votar para presidente da República. Não aconteceu isso. Ficou pronto somente em 1984 e veio a campanha das Diretas. O filme foi incorporado àquele momento político. Isso está retratado em um livro do Ricardo Kotscho (repórter especial da Brasileiros), que conta as filas para ver o filme na época das Diretas. Agora, foi uma coincidência feliz. [nggallery id=13995] Brasileiros – Essa mesma acusação foi feita ao seu filme anterior Utopia e Barbárie.S.T. – Quando fiz Utopia e Barbárie, que comecei em 1990, com a queda do Muro de Berlim, as eleições do Collor e tal, levei 19 anos fazendo. Na reta final, consegui uma ótima entrevista da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que não era candidata à presidência da República. Fiz a entrevista com ela 15 dias antes do lançamento da sua candidatura. Eu não sabia que ela seria candidata, mas provavelmente ela sabia e não comentou comigo. Fiz a entrevista, que ficou sensacional, e coloquei em Utopia e Barbárie. Mas esse filme eu comecei em 1990 e lancei em 2009, ou seja, 19 anos depois. Tomei muita porrada da imprensa, porque acharam que eu tinha feito o filme para fazer a campanha da Dilma. Não sou burro para passar 19 anos fazendo um filme para servir de propaganda para um candidato, seja ele quem for. Fiz aquele filme, como fiz todos os outros, para contar aquela história. A ministra Dilma era um personagem importante e estava dentro daquele filme.Brasileiros – Como apareceu o projeto do filme sobre Tancredo Neves?S.T. – Fui convidado para fazer um filme sobre Tancredo Neves e topei na hora. É um filme que, na minha vida, na verdade, começou em 1985. Fomos a única equipe que filmou em película a posse que não houve. Viajei para Brasília com minha equipe para filmar a posse do presidente Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Nossa equipe foi a única que conseguiu entrar na festa do Itamaraty, onde estavam Daniel Ortega (então presidente da Nicarágua), George Bush, o pai. Foi a primeira vez na minha vida que cumprimentei um palestino da OLP (Organização para Libertação da Palestina), que também estava presente. Foi uma grande festa cívica de encontros de opostos, coisa que eu acho que só o Tancredo conseguiria. Esse filme começou a nascer ali, naquela festa de posse em 1985.Brasileiros – Você estava cobrindo a posse para algum veículo de comunicação?S.T. – Não. Estava lá por mim mesmo. Coloquei dinheiro do meu bolso e levei uma equipe para cobrir a posse. Na véspera, a minha equipe saiu para beber e fiquei no apartamento, onde estávamos hospedados, pois não bebo. Começaram a me ligar dizendo que o Tancredo Neves estava doente. No início, achei que era uma brincadeira, mas à medida que outras pessoas foram me ligando, confirmando a notícia, passei a acreditar. No dia seguinte, quando fomos para o Congresso, a história, de fato, se confirmaria: o presidente não tomou posse, tomou o seu vice-presidente, José Sarney. Aí, começou aquela agonia: as pessoas não acreditando que a doença do presidente era barra pesada. Teve essa festa no Itamaraty com todo mundo, que filmei. Aqueles diplomatas e políticos que estavam ali não queriam ser filmados, mas consegui.Brasileiros – Você fez filmes sobre a trajetória política de presidentes como Juscelino Kubitschek e João Goulart, mas nunca quis fazer um filme sobre Getúlio Vargas, exceto o curta-metragem sobre os últimos momentos dele, Dr. Getúlio – Últimos momentos, de 2000. Por quê?S.T. – Eu tenho uma relação muito mal resolvida com Getúlio Vargas. Sei que o Getúlio foi importante para a economia brasileira e para a reorganização do Estado brasileiro, mas ele tem uma mácula para mim que é difícil de digerir, que foram as torturas do Estado Novo e a deportação da Olga Benário, da Elisa Herbert e da Genny Gleiser, que pouca gente fala. Ela é irmã da Berta Ribeiro, mulher do Darcy Ribeiro.Brasileiros – Interessante você falar dessa reserva em relação ao Getúlio. Enquanto o seu cinebiografado, Tancredo Neves, começou a trajetória política no governo Vargas, como ministro da Justiça, e o tinha em alta conta, inclusive se oferecendo ao sacrifício no episódio da reunião que Getúlio fez com seus ministros poucos dias antes de se matar.S.T. – Ele era muito chegado ao Getúlio. Foi aí que comecei a achar o Getúlio diferente. Aprendo muito com os filmes que faço. Como tive de estudar aquele momento do surgimento do Tancredo na política, comecei a entender o Getúlio. Entrevistei o Tancredo em 1977 ou 1978, não sei mais, para fazer o filme sobre Juscelino e eu não sabia, não tinha conhecimento, que a trajetória política do Tancredo tinha começado com o getulismo. Achava o Tancredo um homem conservador e, muito provavelmente, antibairrista. Comecei a descobri que ele tinha muita afinidade com o Getúlio. Também descobri que o Juscelino era o candidato do Getúlio para a sucessão presidencial. O Getúlio esteve em Minas Gerais com Juscelino e ficado bastante impressionado com ele. Esse movimento todo me levou a começar a entender o Getúlio diferente, mas eu, pessoalmente sempre tive muitas dificuldades de aceitá-lo, por conta das deportações e das torturas. Esse Getúlio eu abomino e fico com essa coisa na cabeça. Isso me dificulta a fazer um trabalho isento sobre ele. O curta-metragem sobre ele, que, como você mencionou, não é um filme sobre sua trajetória política e, sim, sobre a carta que ele escreveu antes de cometer o suicídio.Brasileiros – Logo no início de Tancredo, a Travessia, você ficciona um episódio marcante no final da vida pública do Getúlio Vargas, que foi a reunião que ele fez com os seus ministros no Palácio do Catete no Rio de Janeiro, sede do Governo. Nela, estão presentes vários ministros, inclusive o ministro da Justiça, Tancredo Neves. Vemos, nesse episódio, um Tancredo bastante categórico em se posicionar em defesa do Getúlio, e se oferecendo em defender o seu governo até as últimas instâncias, bem diferente do Tancredo conciliador e negociador, marcas registradas de sua trajetória política. O que aconteceu com esse Tancredo incisivo e enérgico da época do Getúlio Vargas?S.T. – Onde você viu que ele mudou? Ele sempre foi uma figura íntegra. O Tancredo pode ser acusado de qualquer coisa, menos de ser um banana. Naquele episódio do Getúlio não havia negociação possível. Os militares queriam deposição do seu governo. Eles queriam dar o golpe de Estado. Ali, o Tancredo disse o seguinte: “Vamos resistir ao golpe. Não tem outra forma. Eu estou a seu lado para morrer se precisar”. Ele foi tão coerente quanto foi em 1964, quando não votou no Castello Branco como general-presidente. Você tem três ou quatro episódios no filme que mostram uma firmeza do Tancredo e que desmentem os preconceitos contra ele. Em 1964, ele é o único parlamentar do PSD (Partido Social Democrata) que não vota no Castello Branco. Juscelino Kubitschek tenta convencê-lo a votar no Castello, mas ele se recusa. O Juscelino, nesse momento, está negociando o seu retorno, em 1965, e o Tancredo diz: “Eu não vou votar nesse cara”. Apesar das relações familiares e de sua admiração ao homem público Castello Branco. O Castello, por sua vez, teve de dar nó em pingo d’água para não cassá-lo. Não nos esqueçamos de que Tancredo fora ministro do Jango e foi superleal a ele. Quando o Jango foi deposto e viajou de Brasília para o Rio Grande do Sul, o Tancredo foi à base aérea para se despedir. Ele estava no Congresso protestando contra o golpe militar. Ele nunca abriu mão. Você nunca viu o Tancredo do lado da ditadura. Ele era um cara de negociação, não um rebelde fogoso. Era, sim, um cara que negociava cada passo político que dava. Ele foi contra o golpe de Estado, solidário ao JK e ao Jango. Era o único político de expressão nacional que foi ao enterro do Jango, em 1976. Agora eu pergunto: “Que traidor é esse? Que conciliador é esse?”.Brasileiros – Agora, ao mesmo tempo em que ele era esse político solidário aos companheiros, e isso está no seu filme, em nenhum momento da ditadura correu o risco de ser cassado. Foi quatro vezes deputado federal, uma vez senador e uma vez governador de Minas Gerais e conseguiu exercer seus cargos públicos sem sofrer interrupção. O que ele teve de fazer para sobreviver em um período tão extremo que foi a ditadura militar?S.T. – Ele era um conciliador. Quantos iguais a ele fizeram a mesma travessia? Por que ninguém cobra a mesma coisa do doutor Ulysses Guimarães? Ao contrário do Tancredo, o doutor Ulysses, que sempre foi da oposição, apoiou o golpe de 1964. Ele foi contra a cassação dos políticos que previam dez anos de afastamento, pois queria 15 anos. Todo mundo expurgou isso do currículo dele. Do Tancredo, as pessoas queriam uma radicalidade de oposição que ele nunca teve. E o filme mostra isso. Ele nunca foi, por exemplo, do grupo dos Autênticos do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Ele nunca foi do grupo radical dos Autênticos. Nunca se aproximou de Marcos Freire, Fernando Lyra, Airton Soares. Ele era um moderador, um conservador que negociava.Brasileiros – Mas ele fez um tipo de “costura” para ser candidato à presidência da República nas eleições indiretas de 1985.S.T. – Se ele não tivesse feito essa “costura”, qual seria o futuro? General Pires ou a prorrogação do mandato do Figueiredo? O que você prefere? O que era melhor para a nação naquele momento extremo?Brasileiros – Você disse em uma entrevista que: “Há acordos, alianças e negociações que nunca vêm a público”. Houve acordos que o Tancredo Neves teve de fazer e não estão em seu filme?S.T. – Você tem quantos anos?Brasileiros – Quarenta e três anos.S.T. – Você acredita que, nesses seus 43 anos de vida, que todas as negociações políticas foram públicas?Brasileiros – Claro que não.S.T. – Você sabe como é que nasceu a Carta aos Brasileiros do Lula? Você não sabe, não te contam, entendeu? O que interessa é o efeito. Para a política, interessa esse tipo de coisa. Claro que o Tancredo negociou com o regime, claro que ele organizou uma transição. Isso o filme não tenta esconder de maneira nenhuma. O que acho é que, na verdade, Tancredo era um político conservador reformista, que conduziu o Brasil à transição da ditadura para a democracia, sem tiros e sem sangue. Claro que ele participa do “acordo”. Ele achava que os caras (os perseguidos pela ditadura) tinham de olhar para o futuro e não para o passado. A minha geração e a tua geração têm de conviver com isso. Miro Teixeira diz no filme que: “Era essa a Anistia possível. Ou tem de ser essa ou não tem nenhuma. Os presos vão continuar presos, os exilados vão continuar exilados”. Você não tem na política acordo sem negociação. Você tem razões para não revelar todos os acordos. Você acha que uma frente que junta PFL (Partido da Frente Liberal), que era a direita do regime, passa pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), PCB (Partido Comunista Brasileiro), PC do B (Partido Comunista do Brasil), entre outros, não tem um acordo aí? O Sarney, por exemplo, me contou que legalizou os partidos proscritos do PC do B e do PCB muito mais rápido que o Tancredo legalizaria, porque havia um acordo do Tancredo para legalizar os partidos, mas sem afrontar os militares. Há negociações, ninguém está negando isso. Essa pureza que o PT (Partido dos Trabalhadores) adorava falar, mostra, no poder, que é impossível de ser realizada, de ser praticada.Brasileiros – Toda a trajetória política é feita de opositores também. Além do Jarbas Vasconcelos, quem está em seu filme que poderíamos colocar como opositor do Tancredo Neves?S.T. – Está o Jarbas Vasconcelos, que você citou, que fala publicamente, no filme, que errou ao não votar no Colégio Eleitoral na candidatura do Tancredo Neves. Tem o Eduardo Suplicy, que é opositor até hoje e, na época, era deputado federal pelo PT, e não votou no Tancredo. Tem o Airton Soares que muda de posição ao votar a favor do Tancredo e, por isso, é convidado a deixar o PT. O PT, que é um partido democrático, convidou os deputados federais que votaram a favor da eleição para presidente do Tancredo Neves, no Colégio Eleitorado do Congresso a deixar o partido.Brasileiros – Quando você estava filmando, disse em uma entrevista que o filme iria trazer algumas polêmicas em relação à trajetória do Tancredo Neves. Sinceramente, não vi quase nenhuma polêmica.S.T. – São os teus olhos, cara. Vocês (da imprensa), na verdade, estão com vício de olhar que o filme, para ser isento, tem de dar um “pau”. O que esse filme está fazendo é recolocar o Tancredo no devido lugar dele. As pessoas têm uma imagem do Tancredo de uma cara “vaselina”, de conciliador, malandro, que engana as pessoas, conservador. O Tancredo que eu descubro no filme é um cara maquiavélico. Isso está dito no filme, você é que não viu. Em 1978, ele se candidata ao senado pensando no governo de Minas Gerais. Em 1982, assume o governo de Minas pensando no Planalto. Ele está sempre um passo adiante, está sempre criando a carreira. Quando está todo mundo no palanque pelas Diretas, ele está em Araxá negociando com Montoro. Isso não só está dito no filme, pelo Serra, como pelo próprio depoimento do Tancredo, que diz que caso não passe as Diretas pelo Congresso, eles teriam de achar outra saída. O filme é uma escolha e nenhum momento deixou de mostrar o lado negociador, conciliador. Ele era um cara de caráter, de integridade, e eu não vou falar nada contrário a isso. Não tenho medo de dizer isso, apesar de ter o envolvimento da família com o filme. Não vou falar o contrário porque a imprensa quer ouvir isso. O filme, para ser bom, ser isento, tem de dizer que o Tancredo era matreiro, traiu acordos. Não tem nada na vida dele. Eu não achei. Agora, se tiver alguém que diga o contrário que mostre.Brasileiros – Nenhum dos teus entrevistados tem uma visão negativa ou depõe contra a trajetória política do Tancredo Neves, pelo contrário, eles têm uma visão muito respeitosa sobre Tancredo.S.T. – Você tem de dirigir a pergunta ao Luiz Inácio Lula da Silva. Eu mandei uma carta pessoal para ele, pedindo para falar no filme. O próprio Roberto D’Ávila mandou para a produtora dele um pedido de agendamento de uma entrevista e não conseguimos. Quem poderia falar de Estado sobre o Tancredo Neves era o Lula. Ele era o líder do partido de oposição, o PT, do governo. O Lula era o presidente-fundador do único partido que não votou no Tancredo. Tinha também o PSD, o resto do Congresso fechou com o Tancredo. Foi uma maioria esmagadora. Eu e o Roberto D’Ávila solicitamos uma entrevista com o Lula que, curiosamente, preferiu não dar.Brasileiros – Por que ele declinou da solicitação da entrevista?S.T. – A assessoria dele mandou um fax do Palácio do Planalto, dizendo que ele não estava dando entrevista naquele momento, que não estava falando com ninguém. Depois, ele falou com um monte de gente, mas para o filme sobre Tancredo não quis falar. Até gostaria que você deixasse na entrevista essa parte. Seria interessante saber porquê o Lula não quis falar mal do Tancredo. Será que ele não reconhece nenhum erro em Tancredo Neves?
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