Os esforços feitos na construção das casas valeram a pena. Dez famílias de Suzano agora têm uma moradia mais digna e podem, ao menos, criar seus filhos sob um telhado que os protege da chuva e do frio. [nggallery id=14589] A construção da casa não é o fim do trabalho do Teto. É justamente o começo! É por meio dela que entramos nas comunidades e estabelecemos um vínculo de confiança.Durante um final de semana de construção, cada equipe tem a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas. E os voluntários acabam por criar um laço de amizade difícil de desfazer.LEIA TAMBÉM:
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Começou, não para!No último sábado (15), demos um passo importante para o estabelecimento desses vínculos. Dessa vez, porém, sem pegar em trenas e em martelos!Depois de cada construção, nós voltamos às favelas para rever as famílias e ver o impacto inicial da casa. Em Suzano, três semanas depois da intensa jornada de trabalho, levamos 50 dos 120 voluntários que estiveram na favela no final de julho. Era uma tarde para matar saudades e, finalmente, almoçar com a família debaixo do novo teto.Em poucas semanas, a casa já proporcionou um impacto positivo na vida dos moradores. Jocélia, mãe de quatro filhos, conta que um deles tinha uma alergia permanente no rosto. Logo após a mudança para a nova casa, a alergia desapareceu.Sônia, que sofre de bronquite crônica, contou que em três semanas debaixo do novo teto não teve uma crise respiratória sequer. Emocionada, disse que o aparelho que usa em momentos de maior dificuldade ficou em um canto da casa e que não tocou nele desde que saiu de seu antigo barraco.Mais do que isso, além de reafirmar o comprometimento dos voluntários com o trabalho, essa tarde de volta à favela foi importante para notar que as famílias estão se conhecendo melhor. Estão percebendo que é possível ajudar uns aos outros para saírem das péssimas condições em que se encontram.É justamente esse o objetivo maior do Teto. Que os moradores se sintam parte de uma comunidade e que trabalhem juntos por uma melhoria coletiva. A casa é o primeiro passo para que esses moradores tenham condições de lutar por uma vida mais digna.Esse é o começo da mudança na favela Jardim Gardênia!Para os voluntários, a experiência de construir e entrar em contato com a realidade brasileira é valiosa. Esses voluntários certamente ganharam uma nova forma de ver e agir em seu mundo. Pessoalmente, acredito que todas as decisões que terei de tomar daqui pra frente terão essa experiência como referencial marcante. Seja como cidadão, seja como profissional.Parece clichê, mas só conhecendo o mundo é que realmente podemos mudá-lo para melhor.Em novembro, temos a expectativa de uma construção recorde do Teto Brasil. A ideia é mobilizar 400 voluntários para a construção de mais de 40 casas durante o feriado da consciência negra.Sempre com a mesma ideia na cabeça: “Começou, não para!”.*Felipe é estudante de Relações Internacionais e Psicologia da PUC-SP, voluntário do Teto desde 2007 e já trabalhou na construção de seis casas.
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