O fabuloso destino de Lope de Vega

Nas telonas espanholas desde setembro, Lope, coprodução entre Brasil e Espanha, de Andrucha Waddington, chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (4). O longa conta as aventuras e desventuras do jovem espanhol Lope de Vega, célebre dramaturgo e poeta, autor de obras como Amarílis e La Arcádia.
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Logo que o roteiro foi parar em suas mãos, em 2005, Waddington diz que começou a flertar com a possibilidade de tocar, pela saga de Lope, em um tema atemporal e universal: a luta por um sonho. “No século XVI ou no século XXI, qualquer jovem tem de se virar e correr atrás”, diz.

No elenco, Alberto Ammann, Leonor Watling, Sonia Braga, Luis Tosar, Pilar López de Ayala, Antonio de la Torre, Selton Mello e Miguel Ángel Muñoz.

O filme em pouco tempo conquistou o público espanhol e, em novembro de 2010, já era a terceira maior bilheteria do ano no país. A crítica também aplaudiu. Foram sete indicações para o Goya de 2011 – o Oscar da Espanha, realizado em fevereiro.

Sucesso na Espanha e também fora dela. Selecionado para os Festivais Internacionais de Veneza e Toronto, Lope começa a se destacar no cenário internacional.

Por aqui, a julgar pelo público que lotou a pré-estreia, realizada na última segunda-feira (28), em São Paulo, o longa começou bem. Não faltaram globais, como Mariana Ximenes e Paula Burlamaqui.

Século de ouro
Ambicioso, visionário, apaixonado e sem nenhum centavo no bolso. Esse é o Lope do começo do filme. No fundo, um jovem em busca de si mesmo e ávido por realizações. E o moço não queria pouco não, aliás, ele queria tudo. Mulheres, fama, poder, e aprontou pesado pra isso. Incomodou a igreja, políticos e todos os tipos de poderosos disponíveis.

Depois de uma guerra vitoriosa contra a França, Lope retorna a Madri do século XVI, período carimbado por historiadores como “O Século de Ouro”, pela abundância geral que agraciava a nação espanhola.

Atordoado pela morte da mãe e sem nada melhor pra fazer, o rapaz decide se juntar à maior trupe de teatro da cidade como copista. Já começa querendo mudar umas linhas na obra de Cervantes, que em sua análise poderia melhorar.

Logo depois, se manda com a filha do patrão, que não gosta muito do desfecho, evidentemente. Em resumo, o pontapé inicial de uma jornada repleta de paixões e aventuras perigosas.

O filme é uma ficção, mas 95% dos fatos realmente aconteceram, garante Waddington. “Realizamos uma extensa pesquisa”. Entretanto, o foco era outro. “A ideia era mostrar um jovem de 25 anos que queria viver algo extraordinário para uma pessoa de sua classe social.”

O filme retrata o rito de passagem de um ainda desconhecido poeta e dramaturgo, nutrido pela esperança de viver apenas de arte, que começa a se transformar em um dos nomes mais expressivos da literatura mundial.

Uma preocupação central foi a de não fazer um filme com a opulência habitual de cenários e figurinos que na opinião do diretor derrubam as produções do gênero. “Eu queria que o público sentisse o cheiro das ruas de Madri da época que, segundo relatos históricos, se estendia por 30 km”.

O maior desafio, diz ele, foi justamente driblar as marcas de uma grande produção. “Apesar de uma pesquisa histórica rigorosa e de uma impecável reconstituição de época, em Lope, a dramaturgia está em primeiro plano”, finaliza o diretor.

Premiação sem surpresas


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